sábado, 2 de julho de 2011

Bomba-relógio

Márcio Siqueira



Caiu como uma bomba a notícia dada com exclusividade ontem por esta coluna de que o antes todo-poderoso da Construtora Queiroz Galvão, Raul Vasconcellos, deixou a empresa depois de longos 15 anos de trabalho e comando, exercendo funções estratégicas.
Divulgação

Cartão vermelho 
Vasconcellos, que sempre foi o articulador, desde os tempos em que acertou os ponteiros com a Prefeitura e a Câmara, entre 2003 e 2006, mas se esqueceu de combinar com os russos. Ou seja, ele desprezou a sociedade civil organizada. O ex-chefão teria, segundo uma fonte, levado cartão vermelho nos últimos minutos da prorrogação, na espera nervosa pela audiência pública, que ocorrerá em setembro.


Expulso de campo
A outra hipótese, a de que Vasconcellos teria sido retirado temporária e estrategicamente do jogo do Lixão, uma vez que representa a vontade incontrolável da Queiroz em fixar seu aterro sanitário por aqui, caiu por terra. Quem teve contato com ele na tarde da última quinta-feira, viu o executivo atônico com a decisão que, segundo ele, partiu unilateralmente da empresa.


Divulgação

Sem bode 
Sem qualquer comentário depreciativo em relação à pessoa de Vasconcellos, a quem é devido todo respeito: foi, para a Queiroz, como tirar o bode da sala. Colocar alguém novo, com mais diálogo e sem tantas ligações com Mogi das Cruzes, seria, na visão do grupo, oxigenar os pulmões e tomar fôlego para o embate final da audiência pública, quando a construtora quer ver o martelo de seu leilão ambiental ser batido a seu favor pelo Estado.


Amigos para sempre
Vasconcellos sempre manteve ligações com alguns vereadores de maior bagagem, como Olimpio Tomiyama (PTB). Ultimamente, por meio do chamado "samurai", ele reconstruía pontes com a Câmara. A adesão expressa recente de Protássio Nogueira (DEM) e as declarações amistosas de outros vereadores quanto ao Lixão são exemplos.


Queiroz light
Mas isso não teria bastado. O que a Queiroz quer agora é um interlocutor menos desgastado, ou uma série de interlocutores que melhorem sua imagem perante a opinião pública mogiana e deixe de bater de frente com os movimentos sociais, o que, aliás, inviabilizou o empreendimento em 2005 e em 2007.


Daruma no Bunkyo
Para finalizar: Vasconcellos teria se recuperado da notícia inesperada de saída já na noite de quinta. Ele foi visto, alegre e festivo, na porta do restaurante de comida oriental Daruma, na rua Doutor Ricardo Vilela, em companhia do presidente da Associação Cultural Bunkyo, Kioji Nakayama, e de dois diretores da entidade.


Daniel Carvalho

Show do Boy
O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, deu um show. Foi na entrevista concedida à jornalista Marilei Schiavi, na Rádio Metropolitana, ontem pela manhã. Boy, que falou de tudo, da ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira a Tiririca e uma eventual nova renúncia ao cargo parlamentar, prometeu fazer poucas e boas.


Divulgação/Amilson Ribeiro

Tiririca-Bubu
Ao ser indagado sobre as notas dadas pela coluna sobre a candidatura do Palhaço Bubu a vereador pelo PR ser uma reedição caseira da empreitada política que consagrou Tiririca nas urnas, o deputado confirmou a intenção e disse com todas as letras: vai trazer Tiririca para pedir voto na TV mogiana, bem ao seu jeito simplório, para Bubu.


Estica e puxa - I
A ideia de Boy é repetir o fenômeno das eleições à Câmara dos Deputados de 2008 com Tiririca, fazendo de Bubu um puxador de votos da Câmara de Mogi e esticando ainda mais a previsão inicial da conquista de cinco cadeiras pelo PR. 
Estica e puxa - II
Há outros dois pretensos puxadores de voto na mira do PR: o diretor da Secretaria da Saúde Cláudio Miyake e a ex-candidata a prefeita (2004), deputada federal (2006) e vice-prefeita (2008) Thamara Strelec. 
Taubaté também quer
Voltando à conexão Tiririca-Bubu: há uma pedra no meio do caminho. O inventor original do fenômeno Tiririca, o ex-vereador e atual homem de confiança do prefeito Marco Bertaiolli (DEM), Benedito Faustino Taubaté Guimarães, reivindica prioridade para ter Tiririca em suas inserções televisivas. Para isso, Taubaté vinha cogitando a mudança para o PR, atendendo a um convite feito a ele pelo próprio Boy. Taubaté avisa: não abrirá mão de Tiririca.


e-mails do leitor
Avenida Japão
Achei muito oportuna a reportagem publicada no dia 22/06 sobre as obras na Avenida Japão, no quarteirão seguinte à rua Franz Steiner, onde moro. Sugiro que continuem acompanhando esta obra, porque está virando uma palhaçada. Na primeira semana de junho, a Prefeitura asfaltou e no dia seguinte o Semae quebrou tudo (puro desperdício de dinheiro público). Ontem, fomos informados que não poderíamos sair com os carros da garagem das 9 às 16 horas, porque iriam asfaltar novamente, mas o asfalto continua todo esburacado. Já entramos em julho e a Prefeitura não terminou nem o primeiro quarteirão da avenida.


Heloisa Nakamura
helonakamura@terra.com.br


Zoneamento
Vou recortar a matéria e encaminhá-la ao promotor Fernando Lupo. O posicionamento do senhor prefeito em exercício pela decisão em sancionar o projeto de lei que altera o zoneamento no uso e ocupação do solo na cidade é uma "pérola", que deve ser arquivada nos arautos da nossa representatividade. Dizer que modificar e influir nos conceitos de viver e residir está condicionado a um "acordo de cavalheiros" é de um descaso conosco. De que adianta a Lei Orgânica? De que valem o Plano Diretor, as Constituições Federal e Estadual? Engana-se ainda o prefeito em exercício quando diz que o Concidade representa a população. O Conselho é paritário e consultivo. O povo é uno e deliberativo, todo poder emana dele e em seu nome será exercido. Não existe "acordo de cavalheiros" nas legislações federal, estadual e municipal. Estamos realmente passando por períodos difíceis. 
José Arraes
josearraes@ig.com.br
Imagem do dia
Daniel Carvalho

Correção de ontem
Por um erro de edição, a foto do prefeito em exercício, José Antonio Cuco Pereira, dando autógrafo saiu com a legenda errada


Fonte:Mogi News