sexta-feira, 29 de julho de 2011

Crise Atendimento aos pacientes com câncer continua limitado em Mogi

Diretor do Centro Oncológico prepara um abaixo-assinado para levar o problema às autoridades estaduais
Larissa Almeida
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

O MN já havia denunciado o problema, mas, até agora, nada foi feito para normalizar o atendimento no Centro Oncológico
O Centro Oncológico e Hospital do Câncer "Doutor Flávio Isaías" de Mogi das Cruzes continua sem poder atender novos pacientes. Depois de exceder o teto máximo para atendimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), a unidade não atende a demanda que a região do Alto Tietê tem de pacientes que precisam de tratamento contra o câncer, de acordo com o médico oncologista e diretor do Centro Oncológico, Flávio Isaías Rodrigues. 
Há dois meses, o local pode atender apenas aqueles pacientes do SUS que já estavam em tratamento. Ao superar o teto de atendimento em 20%, a Secretaria de Estado da Saúde não autoriza e não libera o repasse de verba, segundo o médico. Um abaixo-assinado está sendo preparado para reverter a situação. Até agora, há mais de dez mil assinaturas. 
"A ideia é conseguir 40 mil assinaturas de pessoas que apoiam a nossa causa. Depois, vou encaminhar o documento para as autoridades, como o secretário de Estado da Saúde, o governador e se for possível para a presidente (Dilma Rousseff). Queremos mostrar que a região tem uma demanda considerável de pacientes. Fica complicado fazer com que eles se desloquem até São Paulo para se tratar no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), como determina o Estado", explicou Rodrigues. 
O médico está confiante que toda essa movimentação em prol do centro tenha retornos positivos: "Podemos operar com uma capacidade maior que agora, mas, para isso, precisamos que o Estado nos repasse R$ 1,8 milhão. Hoje, recebemos por volta de R$ 900 mil. Com o acréscimo, conseguiremos ter um pronto-atendimento e até uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)". 






Sem tratamento
Há três meses, a dona de casa Maria Helena Padim da Silva tenta fazer os exames de rotina e conseguir o medicamento indicado para as pessoas que tiveram câncer de mama, como foi o seu caso. A dona de casa passou em uma consulta com Rodrigues, mas foi informada de que o remédio não poderia ser dado a ela porque o Centro Oncológico está impossibilitado de atender novos pacientes por meio do SUS. Ela disse que o medicamento custa R$ 700 e não tem condições de comprar.


O deputado estadual Luiz Carlos Gondim (PPS) tentará na próxima semana marcar uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Cerri. Ele vai solicitar mais cem vagas para o Centro Oncológico. 






Estado
A Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que não houve corte de recursos destinados ao Centro Oncológico. O convênio da unidade com o SUS continua vigente e os pacientes já matriculados continuam o tratamento. No Icesp, também não faltam vagas, segundo o Estado.


Fonte:Mogi News