terça-feira, 26 de abril de 2011

Lixo para todos


Lixo para todos
A maior prova de que aterro sanitário é um método completamente ultrapassado foi dada ontem em Itaquá, com a explosão seguida de deslizamento de parte do Lixão da Pajoan, uma mistura de precariedade, chorume e muita, mas muita, impunidade. Com a palavra, a Cetesb, o Estado e a Delegacia de Meio Ambiente.
Mauricio Sumiya


Tudo como antes 
A situação, parecida com a registrada em 2000, quando o Cipas, um consórcio de municípios "irmãos", sob o mesmo "comando técnico" do Pajoan, explodiu, levando casas e barracos pelos ares, acabou premiado não somente com a impunidade, mas também com uma área vizinha, sob outro nome, simplesmente Pajoan, tudo sob o beneplácito do império tucano já instalado no Estado, o mesmo que hoje tem o secretário Bruno Covas como comandante. 


Que maravilha! 
Do outro lado do lixo e de Bruno Covas há o Freddy Krueger da Construtora Queiroz Galvão ressurgindo das cinzas, à espera da emboscada da audiência pública. Mistérios: a explosão de ontem vai atrapalhar ou ajudar as pretensões da Queiroz em relação a Mogi?; a Pajoan será perdoada de novo, cumprindo a tradição do Estado, que embora não saiba o que fazer com o lixo do Alto Tietê sabe muito bem como agir para manter Pajoan e Queiroz sempre satisfeitos?



Acasalamento 
Deu na revista Veja: o PSDB estuda uma fusão mais à esquerda para diminuir o eventual impacto negativo da absorção do DEM pelo partido. Para isso, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, tem sido assediado por tucanos. O PPS seria o salvo-conduto para o fortalecimento da legenda que carregaria para dentro de si políticos "demos" rejeitados, como ACM Neto e José Agripino Maia. Se isso ocorrer, haverá enorme reflexo em Mogi. 
Fotos: Daniel Carvalho


Mistura fina 
Imagine o vice-prefeito José Antonio Cuco Pereira, tucano de carteirinha, até agora aliado de todas as horas do prefeito Marco Bertaiolli (PSD), ter em sua legenda outro pré-candidato à Prefeitura, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira, com prioridade vinda da nova Executiva Estadual para ser o nome do fundido tucanato-"demo"-socialista. Seria o samba do tucano doido. 


Junto e misturado 
Na Câmara, disputando a reeleição, além dos tucanos originais Pedro Komura e Jolindo Rennó Costa, remanescentes, haveria,em tese, Osvaldo do Mercado Real, socialista de Jundiapeba. Outra questão: como ficaria a convivência entre o grão-tucano Cuco e o hoje presidente do PPS, Delmiro Goveia, debaixo do mesmo teto partidário, sem falar dos filiados que ficarem no destruído DEM, que criará bicos e penas e se tornará tucano?



Coisa julgada 
Não vai adiantar espernear diante do aumento de cadeiras estabelecido por emenda constitucional. O presidente da Câmara, Mauro Araújo, político inteligente, sabe disso. As 23 cadeiras previstas numa fórmula nacional serão mantidas pelo plenário e o prédio terá mesmo de ser adaptado para receber de braços abertos sete novos parlamentares que, ao lado dos atuais 16, assumirão em 1 de janeiro de 2013. 


Numerologia 
Dos anos 70 ao fim da década de 80, eram 17 as cadeiras do Legislativo mogiano. Em 1988, foram eleitos 12, mas uma decisão judicial dias após o pleito alargou o contingente para 21, e assim foi até 2004, quando o número caiu para 16. Gente de porte político, como o então presidente da Câmara Edson Camillo, ficou de fora. 


Ovo com surpresa 
Camillo vinha montando o PDT para suas sucessivas reeleições, desde que, ainda suplente, assumiu uma cadeira em 1990, com a eleição do já vereador Chico Bezerra à Assembleia Legislativa. Em 2003, no entanto, abonou a ficha de filiação da então comerciante Odete Sousa. Não percebeu que ela tinha potencial de votos maior até do que o dele. 


De última hora 
Irmã do publicitário Duda Lima, da RP Propaganda, que dois anos antes havia se encantado com a política por ter feito a primeira campanha de reeleição de Gondim, Odete ainda estava ligada à Sociedade Amigos de Taiaçupeba e tinha tido seu nome escolhido num democrático "plebiscito" realizado no distrito. Na apuração, a moça deixou Camillo para trás.



O herdeiro 
Hoje, escaldado, Camillo prefere auxiliar Bertaiolli como administrador regional da Divisa e lançar o filho, Edinho, para a Câmara, repetindo a estratégia de 2008, quando, apesar de bem votado, Edinho ficou pelo caminho, atrás de tucanos bons de bico.

Fonte:Mogi News