quinta-feira, 7 de abril de 2011

Alckmin manda Civil investigar PM

Alckmin manda Civil investigar PM

SÃO PAULO
Todos os boletins de ocorrência que registrarem, a partir de hoje, casos de resistência seguida de morte na Grande São Paulo serão investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), equipe da Polícia Civil especializada em assassinatos. Atualmente, essas apurações ficam sob responsabilidade dos distritos policiais da área em que o homicídio ocorreu.
A medida foi anunciada dois dias depois de o Grupo Estado divulgar áudio em que uma mulher narra ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) uma execução feita por policiais militares no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. A testemunha permanece sob proteção de policiais da Corregedoria da PM.
"Será publicada uma resolução da Secretaria de Segurança Pública (SSP) determinando que, em todos os casos em que haja resistência seguida de morte, o DHPP será comunicado imediatamente, para que haja uma apuração rigorosa de todos os casos", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante vistoria de casas contra dengue no bairro de Campo Limpo, na zona sul da capital paulista.
A resolução será publicada hoje no Diário Oficial do Estado. "A fragilidade nas investigações é o motivo principal da violência cometida por alguns policiais. A atuação de um departamento especializado em homicídios vai mudar esse quadro", afirmou o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.
Outra mudança importante é que o local do homicídio passa agora a ser preservado para o trabalho da perícia, "mesmo nos casos em que houver remoção das pessoas lesionadas". Atualmente, os locais em que acontece a morte por resistência não são preservados, o que dificulta a coleta de provas. Cápsulas deflagradas na ocorrência, por exemplo, determinantes para apontar a autoria do homicídio, acabam não fazendo parte das investigações.
Cruzamentos telefônicos e escutas, entre outras técnicas usadas pelo departamento especializado em homicídios, também passam a fazer parte das investigações.
A Polícia Militar informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que não vai se manifestar sobre a medida.

Fone:Diário de Mogi