quinta-feira, 10 de março de 2011

Famílias ribeirinhas querem uma definição sobre casas

Famílias ribeirinhas querem uma definição sobre casas
Guilherme Berti
Francisco: Temerosa
No mesmo ritmo em que avançam as obras de canalização do Canudos, também aumenta a preocupação da costureira Francisca Carmosina, de 69 anos. A casa dela fica na "rota" estabelecida para o alargamento do córrego e a construção da segunda pista marginal, e, portanto, precisará ser desocupada em breve.
Contudo, dona Francisca ainda não sabe de seu destino. "Não sei se devo procurar uma casa para alugar ou comprar. As assistentes sociais da Prefeitura estiveram aqui para fazer cadastro, mas não me explicaram como, quanto vão me indenizar pela casa, nem quando eu terei de sair", conta. "O problema é que as obras avançam e já estão ´batendo´ no meu muro", completa.
A costureira garante que o imóvel é legalizado e quer ser ressarcida também por danos ao comércio que tinha na região. "Tinha um estabelecimento comercial e tive de fechar por conta de tantas obras. Além disso, tinha reformado minha casa e não posso perder o dinheiro que investi por aqui", disse Francisca, há 39 anos morando no local.
Outra que vive apreensiva com o avanço dos trabalhos é a dona de casa Vânia Lourenço Sousa, 39. Ela reside nos fundos do imóvel de dona Francisca e tem dúvida se será beneficiada pelo programa "Aluguel Solidário". "Da primeira vez que assistentes sociais da Prefeitura passaram por aqui, falaram que minha família seria contemplada pelo auxílio-moradia e também atendida pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Contudo, há algumas semanas, o grupo de assistentes voltou aqui e disse que não teria direito a nada", contou.
Além de Vânia, outras cinco pessoas, que são os quatro filhos e o marido, residem no imóvel de quatro cômodos aos fundos do número 110 da rua Mário Ortiz.


Aluguel Solidário 
A família do operador de triagem Ivan Alves Duarte, de 42 anos, está há um mês no programa "Aluguel Solidário" da Prefeitura de Mogi. A casa dele, de número 274, foi uma das primeiras a serem desocupadas para dar "abertura" à segunda via marginal. "Foi muito difícil conseguir um lugar para minha família (quatro filhas, além da mulher). Aluguel está muito caro e tem poucos imóveis à disposição. O problema é que nem bem vamos nos adaptar e teremos de sair de lá". Ivan se refere a um prédio localizado na Vila Municipal e que também deverá ser desocupado por estar na "rota" das obras do Canudos. (N.A.)
Fonte: Mogi News