sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Banheiro público

Banheiro público

Com o fechamento para a reforma dos dois únicos banheiros públicos da área central, um sério problema volta a fazer parte do dia a dia dos milhares de consumidores que frequentam o comércio e a rede de serviços concentrados na principal região de negócios da Cidade.
É uma cena comum e desagradável ao extremo: o cliente está fazendo compras, precisa usar o banheiro, pede a gentileza ao vendedor ou ao próprio dono do estabelecimento e recebe como resposta um sonoro não, mesmo diante da urgência fisiológica.
Há desculpas clássicas para a negativa: estamos em obras ou o encanamento está entupido. Quando não, a verdade é dita: nossos banheiros são apenas para os funcionários.
Em alguns casos, tem-se sorte. E o local é prontamente oferecido, sem resistência, por comerciantes sabedores da importância de cativar um bom cliente.
Hoje, supermercados, restaurantes e lojas de grandes redes asseguram o serviço gratuitamente. Mesmo assim, a cartela de opções é diminuta na região central e, como ir a um desses locais, sem ser cliente?
Por isso, desde janeiro, o fechamento para as obras dos toaletes do Mercado Municipal complica a vida de centenas de pessoas. Uma solução emergencial seria a instalação de banheiros químicos, por exemplo, durante a execução dos serviços.
No tradicional endereço, há um sanitário menor, no andar superior, antes restrito apenas a funcionários e agora franqueado à população. O vandalismo e a falta de educação foram tantos que um funcionário foi destacado para tentar coibir os abusos.
O pior, neste caso: já se sabe que os reparos previstos para serem concluídos até fevereiro deverão atrasar.
A carência neste setor sempre desafia as cidades. O problema consiste na manutenção do espaço. Ela é onerosa, tarefa das mais inglórias. Além de exigir limpeza constante pelo grande fluxo de pessoas e a necessidade de se oferecer as condições de higiene para o uso, o poder municipal ainda arca com os prejuízos gerados por uma grande parcela da população, que detona os equipamentos, deixa todo tipo de sujeira.
Sanitário público, em geral, é terra de ninguém. É ali que as pessoas demonstram instintos violentos em seu mais puro estado. Incivilidade extrema no trato com seus pares, em desacordo com o mínimo que se espera da boa convivência social. Não há outra explicação. Por isso, esse é um sério problema urbano e tão antigo quando a própria Cidade.
Quem não se lembra dos sofríveis exemplos dos banheiros em praças como Shangai e Oswaldo Cruz, demolidos no passado. Hoje, apesar das dificuldades em se manter o serviço, não há como retroceder. Ainda bem. A vigilância precisa ser rigorosa, e os infratores, punidos. Pelo bem-estar da maioria.

Fonte: Diário de Mogi