segunda-feira, 31 de agosto de 2020

REDE BÁSICA: Baixa procura por consultas na rede de saúde de Mogi ainda persiste

 30 de agosto de 20205 min. - Tempo de leitura

Larissa Rodrigues

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PERFIL Unidades de saúde da cidade voltaram a ampliar o atendimento ao público, mas mantêm cuidados como limite de público em prédios. (Foto: arquivo)

Mesmo com o frio intenso nos últimos dias, a demanda nos pronto atendimentos de Mogi das Cruzes não aumentou. Na verdade, os números vêm caindo desde o início da pandemia do novo coronavírus. De maio a julho de 2019, as unidades mogianas prestaram 138.410 atendimentos de saúde, enquanto no mesmo período deste ano, esta quantidade diminuiu quase 45%, ficando com 76.377. No Pró-Criança, a queda foi de 53%, indo de 13.044 para 6.134.

A Secretaria Municipal de Saúde destaca que a procura por atendimentos de urgência e emergências caiu significativamente e que essa queda se mantém acentuada. Especificamente no caso das crianças, o período de isolamento (sem aulas e outras atividades em grupo) está contribuindo para prevenir, além do Covid-19, doenças comuns no período de inverno.

Desta forma, além do Pró-Criança, todos os outros serviços registraram queda na demanda. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Universo foram 8.435 atendimentos a menos entre maio e julho deste ano, comparado aos mesmos meses do ano passado. Já na UBS de Jundiapeba a queda foi de 4.894 assistências, indo de 20.192 para 15.298.

O Hospital Municipal, que funciona como Centro de Referência do novo coronavírus, também apresentou uma queda significativa no pronto atendimento, que tem atendido somente os casos de Covid. Em maio, de 2019 foram prestados 8.719 assistências, enquanto no mesmo mês deste ano o número caiu para 2.346. No comparativo entre junho dos dois anos a quantidade foi de 8.158 para 3.710, enquanto em julho foi de 5.511 para 4.632. No total, foram 11.700 atendimentos a menos.

Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Oropó, a diminuição durante os três meses foi de 49%. Em 2019, foram 27.614 atendimentos, enquanto desta vez foram 14.075. Na UPA do Rodeio a queda foi um pouco maior, de 51%, indo de 32.326 no mesmo período do ano passado, para 15.771 agora.

Consultas

Demanda em Pronto Atendimento – Mai a Jul

Unidade 2019 2020

Hospital Municipal 22.388 10.688

Pró-Criança 13.044 6.134

UBS Jardim Universo 22.846 14.411

UBS Jundiapeba 20.192 15.298

UPA Oropó 27.614 14.075

UPA Rodeio 32.326 15.771

Total 138.410 76.377

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

Ao final de março, a Prefeitura suspendeu o agendamento de consultas pelo número 160, do Sistema Integrado de Saúde (SIS). O serviço foi retomado no dia 20 de julho e, antes disso, a Secretaria de Saúde atendeu todos aqueles que já tinham seus horários marcados mas que precisaram ser suspensos em decorrência da pandemia. Desde a retomada, mais de 6 mil agendamentos já foram realizados. A Clínica Médica e a Ginecologia têm sido as especialidades mais procuradas.

A fim de evitar aglomerações e manter o distanciamento social, as consultas têm sindo marcadas em horários mais espaçados. Além disso, os agendamentos dependem também da disponibilidade de vagas e outras especificidades. Odontologia, por exemplo, mantém apenas atendimentos de urgência e emergência.

Os pacientes que precisam passar por clínico geral, pediatra ou ginecologia, especialidades ofertadas na Rede Básica, devem entrar em contato para o agendamento das novas consultas seguindo o mesmo calendário semanal adotado antes da suspensão dos serviços: às segundas-feiras acontece o agendamento para ginecologia; às terças-feiras para clínica geral; e às quartas-feiras pediatria. Nas quintas-feiras e sextas-feiras são agendadas vagas remanescentes ou desistências.

As unidades de saúde seguem ainda todos cuidados de segurança necessários, respeitando limites de público, uso de máscaras e um planejamento especial para tentar garantir a segurança dos pacientes e profissionais, uma vez que as unidades ainda atendem eventuais demandas espontâneas suspeitas de Covid-19. Também foram alteradas as rotinas dos profissionais em suas respectivas unidades de trabalho.

Cidade registra 12 casos de meningite até agosto

Há tempos que a meningite deixou de ser uma doença típica de inverno, mantendo casos registrados em todos os períodos. Porém, é importante ficar atento que alguns dos sintomas se assemelham aos sintomas de doenças de frio, como a gripe. Em Mogi das Cruzes este ano, foram registrados 12 casos de meningite até agora, sendo nove bacterianas, duas meningocócicas e uma por pneumococos.

Na meningite bacteriana, os sintomas incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sinais, como mal estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e status mental alterado (confusão).

Já na meningocócica, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como fadiga, mãos e pés frios, calafrios, dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen (barriga), respiração rápida, diarreia e manchas vermelhas pelo corpo. Enquanto na meningite viral os sinais também são semelhantes e podem incluir ainda irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono e letargia (falta de energia).

Geralmente, a transmissão na meningite bacteriana, é de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores (do nariz e da garganta). Já na meningite viral a transmissão é fecal-oral. Devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais, por isso, ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica.

Fonte:O Diário de Mogi