segunda-feira, 22 de junho de 2020

SITUAÇÃO: Alto Tietê poderá ter déficit de R$ 1 bilhão com pandemia

21 de junho de 20203 min. - Tempo de leitura
Silvia Chimello

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SITUAÇÃO Levantamento feito pelo Condemat junto às prefeituras mostra como a Covid-19 está afetando os orçamentos das cidades do Alto Tietê. (Foto: arquivo)
A Câmara Técnica de Finanças do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) prevê queda no orçamento da região que pode chegar a R$ 1 bilhão neste ano, caso a crise provocada pela pandemia da Covid-19 se aprofunde nos próximos meses. Se a situação começar a se estabilizar no segundo semestre, esse deficit na arrecadação pode ser menor: R$ 700 milhões, 7% sobre uma receita estimada em R$ 9,9 bilhões pelas cidades vizinhas representadas.

Esse cenário de incertezas sobre o rumo da economia exige medidas de contingenciamento de gastos e revisão de projetos para equilibrar as contas das prefeituras, segundo o coordenador da Câmara de Finanças do Condemat, Caio César Vieira de Araújo, secretário municipal de Finanças da Prefeitura de Arujá.

Ele disse que todos os titulares das pastas de finanças dos municípios do Alto Tietê, além de Guarulhos e Santa Branca – se reuniram no mês passado para analisar o orçamento das cidades, que tinham expectativa inicial de receita de quase R$ 10 bilhões para o exercício de 2020. A tendência de queda observada neste período, porém, exigiu uma projeção atualizada com a possibilidade de declínio em torno de 7%, cerca de 700 milhões. “No pior cenário, se tudo se agravar, estamos trabalhando com previsão de queda de até 10%, o que daria R$ 1 bilhão”, avalia.

Para tentar manter o equilíbrio das contas, ele disse que a Câmara Técnica indicou uma série de medidas, sugerindo contingenciamento de gastos de até 10% por parte das prefeituras, com enxugamento de contas, suspensão de serviços e de compras de materiais que não sejam essenciais, revisão dos aluguéis de prédios e de contratos em geral, reavaliação da folha de pagamento, entre outras medidas para aprimorar a técnica de ‘torre de controle de gastos’, que bloqueia todos os gastos não essenciais”, explica Araújo.

Sobre a folha de pagamento, a orientação é para rever horas extras, gratificações, diminuir atividades insalubres, além de incentivar a permanência de funcionários em home office, para evitar as despesas com vale-transporte, refeição, entre outras.

O coordenador explica ainda que o repasse de recursos do Governo Federal de R$ 341,4 milhões para a região, valor dividido de forma proporcional aos municípios, em quatro parcelas de junho a setembro, dá um pequeno “respiro” às prefeituras, mas ainda é pouco diante do tamanho do problema.

Fonte:O Diário Mogi