sábado, 12 de agosto de 2017

Em cinco anos, 36,6 mil alunos deixaram de estudar na rede estadual no Alto Tietê

Em 2012, as diretorias de ensino do Alto Tietê somavam 189,6 mil estudantes matriculados na rede estadual. O número caiu 19,3% neste ano, com 153 mil alunos.
Por Marília Campos - Da Região12 AGO 2017 - 17h02

Em 2012, as diretorias de ensino do Alto Tietê somavam 189,6 mil estudantes matriculados na rede estadual
Foto: Sabrina Silva/Divulgação

O Alto Tietê perdeu 36.660 alunos da rede estadual ao longo dos últimos cinco anos. Os dados, levantados pela Secretaria de Educação, apontam que a queda no número de estudantes é tendência em todo o Estado. De acordo com a Diretoria de Ensino de Suzano, a redução no índice é motivada por fatores como a conclusão do Ensino Médio e rotatividade de famílias na região. No município, 1,7 mil alunos foram desligados da rede no último ano.

Em 2012, as diretorias de ensino do Alto Tietê somavam 189,6 mil estudantes matriculados na rede estadual. O número caiu 19,3% neste ano, com 153 mil alunos. Mogi das Cruzes foi a supervisão que mais observou queda, foram 23,5%, passando de 55,2 mil alunos para 42,2 mil. O eixo é seguido por Itaquaquecetuba, com diminuição de 20,8% e Suzano, com redução de 12,6%.

Para a dirigente de ensino Vera Lúcia Miranda, responsável pela Diretoria suzanense, este recuo no índice é gerado pela conclusão do Ensino Médio e a rotatividade de famílias na região. “Não é queda porque tem gente que se forma (no Ensino Médio). Nos casos que temos (de abandono), a escola tem o trabalho de estímulo para retornarem. Também temos famílias que se mudam e não avisam a instituição. São situações diversas. No Alto Tietê, temos esta questão de rotatividade de famílias”.

De acordo com a dirigente, as escolas adotam medidas para atrair os alunos que tenham abandonado os estudos. “Temos o projeto ‘Quem Falta, Faz Falta’ para trazer-los de volta, temos a legislação, averiguamos os possíveis motivos. Depois de tudo ser colocado em prática, acionamos o Conselho Tutelar e a Promotoria da Infância e Juventude”.

Atualmente, raros são os adolescentes que deixam de estudar para trabalhar. “São adolescentes mais velhos, no final do Ensino Médio. É a idade em que apresentam maior consumo, vontade de comprar e se iludem ao achar que qualquer trabalho será o suficiente. Porém, entendemos que algumas vezes há a dificuldade financeira da família”.

O acompanhamento familiar é essencial para o prosseguimento nos estudos, não só nos primeiros anos- período em que a demanda de crianças é intensa nas escolas. “A família é incisiva. Quando passa para o Ensino Médio, os pais deixam de acompanhar a vida escolar dos alunos. A responsabilidade na educação é da escola, do Estado, mas também da família”.

ESTADO

De acordo com Secretaria de Educação, toda a demanda de matrículas é atendida com capacidade para tal. A Fundação Seade destaca que pelo menos 1,8 milhões de alunos foram perdidos da rede nos últimos 14 anos. A estimativa é de que, até 2030, o Estado tenha 6,8 milhões de pessoas a menos com idades entre 6 e 17 anos.

Fonte:O Diário de Suzano