quinta-feira, 26 de junho de 2014

PP e PSD Formalizam apoio a Dilma e aumentam tempo de TV PR, único partido da base ainda incerto, entregou Ministério dos Transportes

PP e PSD Formalizam apoio a Dilma e aumentam tempo de TV
PR, único partido da base ainda incerto, entregou Ministério dos Transportes
POR FERNANDA KRAKOVICS, SIMONE IGLESIAS E ISABEL BRAGA
25/06/2014 6:00 / ATUALIZADO 25/06/2014 9:09

Aproximação. Para tentar garantir PR na base, PT e Dilma fizeram afagos ao deputado federal Anthony Garotinho
Foto: Agência O Globo / Givaldo Barbosa
Aproximação. Para tentar garantir PR na base, PT e Dilma fizeram afagos ao deputado federal Anthony Garotinho
Foto: Agência O Globo / Givaldo Barbosa
Aproximação. Para tentar garantir PR na base, PT e Dilma fizeram afagos ao deputado federal Anthony Garotinho - Agência O Globo / Givaldo Barbosa
BRASÍLIA — Após semanas de negociações entre o governo e os partidos aliados, PP e PSD formalizaram nesta quarta, em suas convenções, em Brasília, o apoio à presidente Dilma Rousseff. Juntos, os dois partidos darão cerca de 2 minutos e 40 segundos à propaganda de rádio e TV governista. O movimento acontece um dia depois de o PROS confirmar o apoio à presidente. Entre as legendas que integram a base aliada, a última incerteza é o PR. Em um movimento para pressionar o Palácio do Planalto, a sigla entrega nesta quarta-feira o Ministério dos Transportes, afirmando que o atual titular, César Borges, já não a representa. Com isso, o PR busca manter a pasta sob os cuidados de outro correligionário. Na manhã desta quarta, Dilma receberá Cesar Borges para uma audiência no Palácio da Alvorada.

No PP, apesar das intensas movimentações de grupos ligados ao senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, a situação é relativamente tranquila. O presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), apresentará uma resolução na abertura da convenção, nesta quinta, delegando à Executiva Nacional a decisão sobre o apoio na sucessão presidencial, mas liberando os estados a apoiarem o candidato que quiserem à Presidência. Na prática, isso servirá para o partido dar seu tempo de TV a Dilma, mas deixando claro a insatisfação de parte da legenda com o governo.

Os candidatos a governos estaduais e ao Senado terão liberdade de escolher quem vão apoiar. Para marcar posição, os diretórios de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Santa Catarina - contrários à reeleição de Dilma - pedirão que o PP fique neutro, como nas eleições de 2010. No entanto, os próprios dissidentes admitem que a direção do partido tem maioria para decidir a favor da aliança com o PT. Como estão previstos discursos contra a decisão do partido e o apoio a Dilma, a presidente não foi convidada pelo PP a participar da convenção. Durante o evento, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) se apresentará como candidato à Presidência da República, mas a ideia deverá ser rejeitada.

Já no evento do PSD, comandado pelo ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, não deve haver surpresas. Até por isso, está agendada a presença da presidente Dilma na convenção. Ela deverá ser aclamada pelos aliados, assim como ocorreu hoje no evento do PROS.

Após serem pegos de surpresa com o abandono do PTB na semana passada, o Planalto monitora de perto cada passo dos aliados, mas a negociação com o PR não é simples. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que o governo avalia os pedidos da legenda, mas fontes próximas à presidente afirmam que não é do seu estilo atender ao que consideram uma chantagem de alguns setores do PR. Auxiliares de Dilma lembram que os deputados do partido pedem sistematicamente a troca do titular da pasta e que, antes de Borges, não queriam a permanência do ex-ministro Paulo Sérgio Passos, agora cotado pelos congressistas como possível sucessor dele.

O PR ainda tenta reconquistar a direção geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ocupada atualmente pelo general Jorge Fraxe. Em meio às ameaças do partido, o ex-presidente Lula voou para Brasília hoje e se reuniu com Dilma no Alvorada.

A direção do PR afirmou, por meio de sua assessoria, que não comenta nomeações nem demissões de ministros. "A assessoria de imprensa do PR esclarece que a legenda não comenta decisões sobre nomeação ou demissão de ministros. Para a direção da legenda, o assunto é privativo da Presidência da República ou de seu titular correspondente. Portanto, a legenda não tem comentários a oferecer sobre supostos rumores que envolvem a titularidade do Ministério dos Transportes", diz a nota.

Apesar de ser filiado ao PR, Cesar Borges é considerado no partido uma indicação da cota pessoal de Dilma. A insatisfação maior com o ministro é da bancada da Câmara e do ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto, que está preso, condenado no processo do mensalão, mas mantém forte ascendência sobre as decisões da sigla. Borges está no exterior e retorna amanhã ao país.

A decisão sobre o caminho que o PR vai tomar nas eleições está marcada para segunda-feira, em reunião da Executiva Nacional. A sigla está rachada. A ala liderada por Valdemar defende o apoio a Aécio Neves. Já o grupo do presidente Alfredo Nascimento defende o apoio à reeleição de Dilma, mas aproveita para negociar mais espaço no governo.

Fonte:G1.com