quinta-feira, 18 de abril de 2013

Tratamento de câncer Direção do Luzia diz que não tem prazo para implantar radioterapia


Tratamento de câncer
Direção do Luzia diz que não tem prazo para implantar radioterapia
Diretor do hospital disse que não tem nenhum dado sobre o assunto e que não há previsão de novos investimentos
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Amilson Ribeiro

Deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa vistoriaram ontem o hospital e ficaram surpresos com as declarações dos diretores da unidade
A implantação do serviço de radioterapia no Hospital Luzia de Pinho Melo, uma promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) desde o ano passado para completar o atendimento de oncologia pelo Serviço Único de Saúde (SUS) no Alto Tietê, é algo que está longe de se tornar realidade. Médicos diretores da unidade hospitalar afirmaram ontem aos deputados da Comissão Permanente de Saúde da Assembleia Legislativa que não existe, no momento, prazo ou previsão de novos investimentos, por parte do governo do Estado, para a implantação do serviço de radioterapia na unidade. 
"Não temos qualquer informação sobre esse assunto", alegou o diretor técnico João Luiz Miranda Rocha ao presidente da Comissão, Marcos Martins (PT), e demais membros do grupo parlamentar, que foram visitar as instalações do hospital tido até então como referência regional em atendimento de média e alta complexidades. 
Acompanhando do diretor clínico do hospital, Luiz Carlos Viana Barbosa, o médico João Luiz Miranda admitiu, inclusive, que não existe hoje um espaço reservado, dentro do hospital, para abrigar um futuro aparelho da radioterapia e toda a estrutura necessária para este tipo de tratamento em pacientes com câncer. "Não temos muito espaço para expansão. O pouco que temos é para a instalação da ressonância magnética e, talvez, mais um aparelho de tomografia", ponderou. 
O deputado estadual Luiz Carlos Gondim (PPS), que acompanha o drama de pacientes com câncer desde o ano passado, quando o atendimento de oncologia pelo SUS foi suspenso no Hospital do Câncer Flávio Isaías e transferido para o Luzia, ficou surpreso com as declarações dos diretores do hospital. "É algo muito estranho. Como assim a direção do hospital não sabe se vai ter o serviço de radioterapia ou onde ele vai ficar? O serviço era tido como certo pelo governo do Estado, com promessa de implantação em até seis meses; depois, aumentou-se o prazo para um ano de espera. E, agora, essa notícia de que nem o aparelho ou o local onde pode ser instalado estão definidos. Estou começando a ter dúvidas se realmen-te esse serviço será ativa-do em Mogi", completou Gondim, que pretende enviar um ofício ao secretário de Saúde estadual, Giovanni Guido Cerri, cobrando mais informações, inclusive da possibilidade instalação de um aparelho de tomografia destinado exclusivamente ao setor de oncologia. 
Irregularidades 
No ofício de Gondim, a ser assinado também por Marcos Martins, além da deputada estadual Heroilma Tavares (PTB) e o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Jooji Hato (PMDB), devem ser cobradas ainda soluções para outras irregularidades constatadas ontem, como agilidade na instalação da farmácia de manipulação de medicamentos, que ainda está em obras. "Os diretores do Luzia prometem entregar o espaço até o fim deste mês, mas pelo andamento das obras creio que este prazo não será cumprido", comentou Hato. Hoje, metade dos 1,4 mil pacientes em tratamento de câncer retira medicamentos "manipulados" no hospital.


Resposta
A Secretaria de Estado da Saúde informou que já está trabalhando para implantar a radioterapia o mais brevemente possível. 
"A previsão é de que o serviço esteja disponível para a população ainda neste ano. Em relação à tomografia, o hospital já dispõe de um aparelho que consegue atender a demanda". Caso seja constatada a necessidade de compra de um novo tomógrafo, será providenciada, diz a nota.

Fonte:Mogi News