quinta-feira, 4 de abril de 2013

Saúde MP constata superlotação e falta de equipamentos no hospital Luzia


Saúde
MP constata superlotação e falta de equipamentos no hospital Luzia
Promotor esteve na unidade em março e deu um ultimato à direção para que a reforma no local seja concluída
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Promotor visitou a instalação do Hospital Luzia de Pinho Melo e constatou vários problemas, como a falta de alguns equipamentos
O promotor de Justiça do Fórum de Mogi das Cruzes, Fernando Paschoal Lupo, deu um ultimato à direção do Hospital Luzia de Pinho Melo para que sejam concluídas "o mais brevemente possível" as obras de reforma e ampliação do Pronto-Socorro, entre outras melhorias de atendimento. 
A decisão do representante do Ministério Público decorreu após nova vistoria no hospital, realizada no fim do mês passado, quando foram constatados novos problemas de superlotação, além de "deficiências" no atendimento prestado aos pacientes com câncer.

A unidade, que por determinação da Secretaria de Estado da Saúde atua como referência regional para atendimento em oncologia pelo Serviço Único de Saúde (SUS), não possui equipamentos básicos para diagnose de câncer: radiologia e tomografia. 
Questionados pelo promotor, os diretores do hospital, João Luiz Miranda e Luiz Carlos Viana Barbosa, alegaram que tais serviços dependem da Secretaria de Estado da Saúde e que no momento "não há previsão de instalação de tais equipamentos".

Além disso, foi constatado que o serviço de farmácia para manipula-ção de medicamentos aos pacientes com câncer funciona de maneira improvisada numa ala onde deveria funcionar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 
No local, há um equipamento para refrigeração, segundo observou o promotor de Justiça, porém, o serviço de manipulação acontece apenas na capital, segundo relataram os diretores do Luzia. 
Na ala onde há distribuição de outros medicamentos e também no setor de quimioterapia, as condições de higiene, refrigeração e atendimento foram consideradas "boas" pelo promotor de Justiça. Contudo, no Pronto-Socorro e no serviço de Psiquiatria, o representante do Ministério Público avaliou a situação como precária, por causa da presença de pacientes em macas nos corredores e, em alguns casos, as macas estavam no chão. "Houve uma considerável melhora em relação às visitas anteriores, porém, não há respeito à intimidade e dignidade do paciente. A situação é agravada pelas obras", disse Lupo, no relatório anexado no inquérito civil, em trâmite no Fórum Central. 
O promotor de Justiça avaliou ainda as condições do Centro Cirúrgico e da UTI, que, segundo denúncias de pacientes, estavam com constantes problemas de falta de ar-condicionado. "No dia da visita, foi constatado que os equipamentos estavam funcionando", comentou. 
Outro lado 
A direção do Luzia reforçou que as obras no Pronto-Socorro, orçadas em R$ 2 milhões, estão em fase final e deverão ser concluídas ainda neste semestre, mesmo prazo estabelecido para a reforma do prédio e a instalação do aparelho de ressonância magnética.

Com relação ao serviço de radioterapia, o hospital alega que já está trabalhando, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, para implantar o serviço na unidade o mais rapidamente possível. "A previsão é de que o serviço esteja disponível à população ainda neste ano". Até lá, pacientes continuarão sendo encaminhados a outras unidades de referência, como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Itaquera, na capital.

Fonte:Mogi News