sábado, 16 de março de 2013

Ministério Público deve pedir quebra de sigilos bancários


Ministério Público deve pedir quebra de sigilos bancários
Diário de Suzano ed.: 9463 - 16 de março de 2013

O Ministério Público (MP) deve pedir à Justiça a quebra do sigilo das contas bancárias da médica Thauane Nunes Ferreira - testemunha da fraude do caso dos "dedos de silicone", e, do ex-coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Ferraz de Vasconcelos, Jorge Cury. A informação foi divulgada ontem pelo advogado da médica, Jose Sylvio Vichinsky, após o depoimento da médica ao MP. 
Segundo o advogado, a médica afirmou em seu depoimento que houve repasse de dinheiro entre ela e o ex-coordenador. 
"Eu e o advogado Celestino Gomes Antunes entregamos cópias de alguns comprovantes das transferências da conta bancária de Thauane para a conta de Cury. Na somatória os valores podem chegar a R$ 4,5 mil", destaca.
Entretanto, Vichinsky relatou que vai ser feito um levantamento de dias trabalhados e de transferências bancárias para chegar ao valor exato do repasse. "Os depósitos foram feitos aleatoriamente. Eles variavam de acordo com o mês. Tinha mês de quase R$ 2 mil e outro mês de quase R$ 4 mil", afirma.
Já Antunes frisa que a médica não tem conhecimento da quantidade de médicos que participavam do esquema. 
"Ficou claro que ela não teve nenhuma vantagem com o esquema. A princípio ela não sabia que era um esquema e nem que outros médicos participavam. A situação foi proposta para ela manter seu emprego. Hoje ficou claro que ela foi usada. E a conta bancária dela também foi usada para que outras pessoas se beneficiassem", salienta.
Na análise dos advogados, Thauane foi vítima do esquema e só teve prejuízos. Segundo Antunes, além dos descontos no imposto de renda sobre o salário do serviço prestado ao Samu, tinha também o desconto sobre o dinheiro que passava pela conta dela. "Em tese, ela pagava para trabalhar”. 
Questionados sobre o motivo da médica não preferir ser mandada embora, e ter que participar do esquema, os advogados responderam que "hoje está muito difícil arrumar emprego" e "por ela ser recém-formada, teria aceitado participar da fraude".

Fonte:O Diário de Suzano