sábado, 23 de março de 2013

Atraso no repasse Hemodiálise é prejudicada em Mogi


Atraso no repasse
Hemodiálise é prejudicada em Mogi
O Ministério da Saúde pagou os valores do tratamento nefrológico referentes a janeiro com dois meses de atraso
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Hemodiálise: cada paciente faz em média 13 sessões por mês
O Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde, está atrasando o repasse do recurso destinado a hemodiálise de pacientes renais, prejudicando o atendimento na cidade. O Instituto de Nefrologia, unidade que faz atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mogi e região, só recebeu o valor equivalente ao atendimento feito em janeiro na última quarta-feira, dia 20, com quase dois meses de atraso. Além disso, o valor de tabela pago pelo serviço está desatualizado. O SUS repassa R$ 170 por sessão de hemodiálise, enquanto o serviço custa para a unidade R$ 250. Com os atrasos e a defasagem no valor, o instituto credenciado é obrigado a fazer empréstimos para manter o atendimento funcionando. 
Pelo contrato, o Ministério da Saúde deve repassar a verba em até cinco dias úteis após o mês em que o serviço foi prestado. "Mas não é o que tem acontecido nos últimos meses. Os atrasos são constantes, principalmente aos finais de ano. Para se ter uma idéia, só recebemos o valor do serviço prestado em janeiro na última quarta-feira, e mesmo assim não em sua totalidade", explicou o médico e coordenador do instituto, Rui Alberto Gomes.

O setor de gestão financeira da unidade faz empréstimos bancários para manter o serviço funcionando. Em Mogi e Suzano são 313 pacientes e 90% dos casos são encaminhados pelo SUS. Cada paciente faz, em média, 13 sessões de hemodiálise por mês, e cada consulta custa R$ 250. O SUS só repassa R$ 170 pelo serviço. "Mesmo que o ministério pagasse em dia, nós teríamos dificuldade de manter o serviço", disse. Ao todo, são 150 funcionários entre as unidades de Mogi e Suzano. Para o próximo ano, o ministério prometeu um aumento de 5% no repasse, o mesmo que R$ 8 a mais por sessão. Há ainda 60 pacientes que fazem as sessões de hemodiálise em casa e recebem todo o equipamento necessário, gratuitamente.

Mesmo com as dificuldades financeiras, o Instituto de Nefrologia é um dos únicos do País que possui o certificado de Acreditação com Excelência - Nível 3, o mais alto concedido pela Organização Nacional de Acreditação. "A única fonte geradora de renda que temos é a realização de sessões de hemodiálise que pagam todo o restante dos serviços prestados, como assistência psicológica, nutricional e social aos pacientes e familiares. Além disso, temos ainda uma média de 1.300 pacientes cadastrados que passam em consulta gratuita com nefrologista e ainda não estão em tratamento. Essas consultas não são pagas pelo SUS", afirmou o coordenador.

Os problemas com o repasse não são exclusividade da região. Em todo o País, as 600 clínicas credenciadas de hemodiálise registraram atraso de 48 dias no pagamento. No último dia 14 de março, Dia Mundial do Rim, as clínicas hastearam bandeiras pretas em sinal de protesto.

Fonte:Mogi News