sábado, 23 de fevereiro de 2013

Monte cristo Demolição de creche em Suzano vai parar na delegacia de polícia


Monte cristo
Demolição de creche em Suzano vai parar na delegacia de polícia
Dono da unidade diz que não houve prazo suficiente para retirar as crianças, funcionários, móveis e utensílios
Delcimar Ferreira
De Suzano
Erick Paiatto

Márcio Silva: "No dia, tinha quatro crianças no berçário, isso porque a clientela já vinha diminuindo"
O cumprimento de uma decisão judicial para a desapropriação de uma creche no Jardim Monte Cristo, em Suzano, para a obra do Trecho Leste do Rodoanel, foi parar na delegacia. O motivo, segundo o proprietário do Centro de Educação Infantil Arco Íris, Márcio da Silva, seria que o oficial de justiça não teria dado prazo suficiente para que pudesse retirar as crianças e funcionários, bem como os móveis e utensílios. 
O Tribunal de Justiça (TJ), por sua vez, afirma que a imissão na posse foi dada em janeiro, sendo que a concessionária SPMar já tinha notificado pela primeira vez em maio do ano passado.

No último dia 6, por volta das 16 horas, Silva soube que um oficial de justiça, estava em frente à creche, que ficava na rua da Prata, com a ordem de despejo nas mãos. 
Quando foi informado pelo telefone, correu até a unidade infantil para negociar a retirada. 
De acordo com o dono da creche, ele imaginava que teria, ao menos dez dias, para fechar as portas e avisar os clientes. "No dia, tinha quatro crianças no berçário e as professoras, isso porque nossa clientela já vinha diminuindo", afirmou.

Silva relatou que o oficial se mostrou intransigente e pressionou para que eles retirassem tudo e todos o mais rápido possível. 
O servidor do Judiciário veio acompanhado da Itazi Engenharia, contratada da SPMar para tratar com os moradores afetados pelas desapropriações por conta das obras do Rodoanel. Depois de uma hora e meia de muita negociação, o dono da creche, cujo imóvel era alugado conseguiu do oficial mais um dia para desocupar o prédio. "Ainda tinha esperanças porque entrei com um pedido de indenização contra a SPMar e com o dinheiro esperava abrir outra creche próxima", conta Silva que afirma que o local chegou a atender até 40 crianças.

Inconformado com a situação, o locatário foi até a Delegacia Central de Suzano e registrou dois boletins de ocorrência. O primeiro foi para relatar a forma como teve que deixar o imóvel e o segundo foi para informar que um dia depois da retirada, teve o relógio de luz furtado.


Polícia
De acordo com o delegado-titular do DP Central de Suzano, Jorge Luis Neves Esteves, embora ele tenha registrado o boletim de ocorrência contra o oficial de justiça, cujo nome não foi revelado, o questionamento tem que ser feito via Judiciário. "Ele achou que não foi avisado, mas o representante da SPMar disse que esteve lá em janeiro para avisar a escola e, por diversas vezes, não encontrou ninguém. Ele tem que questionar isso em juízo", afirmou Esteves.

Fonte:Mogi News