Médicos de Ferraz ameaçam fazer greve
Profissionais reclamam de baixos salários e de equipe insuficiente para o atendimento da população
Fábio Miranda
De Ferraz
Mayara de Paula
Médicos que trabalham no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos afirmam que faltam profissionais e os salários são muito baixos
A falta de médicos e os baixos salários pagos aos profissionais do Hospital Doutor Osíris Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos, poderão resultar em greve da categoria nos próximos dias.
A possibilidade foi anunciada pelo próprio diretor-clínico do hospital, Alfonso Maria Garcia Bittencourt, que pretende levar o caso até o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.
"Amanhã (hoje), vou até o sindicato dos médicos e depois vou falar diretamente com o secretário e, se não houver uma solução, nós vamos fazer greve", explicou o diretor do local. Bittencourt revelou que os médicos recebem um salário de R$ 700, mas, com as gratificações, esse valor sobre para R$ 4,7 mil. O problema é que uma fatia de R$ 2 mil foi retirada pela Diretoria Técnica do hospital.
Fora a parte salarial, o diretor-clínico do hospital também reclama da falta de médicos no Pronto Socorro. "Em um ano, nós perdemos cerca de 70 médicos e esses profissionais não foram repostos. Deveríamos ter, no mínimo, 380 médicos, mas hoje não chega a 300". O profissional disse que faltam no hospital profissionais do setor de emergência, clínico-geral, pediatra e psiquiatra, além de outras especialidades médicas.
"Outro problema que quero levar ao secretário é sobre a contratação de médicos. Hoje, se contrata por concurso, mas demora até três meses para o profissional começar a trabalhar. É preciso contratar em regime de urgência para suprir a demanda do hospital. Temos colegas que ficam 24 horas por dia atendendo, é humanamente impossível", denunciou.
Estado
A Secretaria de Estado da Saúde rebate as acusações do diretor-clínico. "A escassez de médicos em hospitais é uma realidade nacional, em razão do aquecimento do mercado e da defasagem na tabela de pagamentos do SUS (Sistema Único de Saúde), definida pelo governo federal. De maneira nenhuma, como afirma o diretor-clínico, se trata de problema relacionado à escala de trabalho realizada pelo hospital", disse em nota a Assessoria de Imprensa.
O Setor de Comunicação também destacou que medidas estão sendo tomadas para diminuir a falta de profissionais.
"Para atrair novos médicos, o governo do Estado ampliou, neste ano, em até 71% o valor pago pelos plantões de 12 horas. Além disso, o Hospital de Ferraz está em processo de contratação de mais profissionais para reforçar o atendimento à população".
Quanto à expectativa de greve, a pasta faz praticamente um apelo aos médicos de Ferraz.
"O hospital espera que os funcionários não suspendam as atividades na segunda-feira, para que o atendimento à população do SUS não seja prejudicado."
Fonte:Mogi News