quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Capacidade Região precisa de mais presídios


Capacidade
Região precisa de mais presídios
A afirmação é do advogado Carlos Barbará, que acompanha de perto a situação no CDP de Mogi das Cruzes
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Carlos Barbará: "A questão política ainda atravanca a criação de novos presídios na região"
Com quase três vezes mais presos do que a capacidade, o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes, reflete um problema que atinge todo o Estado: a superlotação nas cadeias e a falta de estrutura para abrigar os presos. Familiares de detentos na unidade provisória reclamam que muitos internos já condenados ainda não foram transferidos para outras unidades, por falta de vagas. Com base nisso, o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Mogi, Carlos Barbará, ressalta a importância de se construir mais unidades prisionais, inclusive para atender a região do Alto Tietê, que hoje conta duas unidades provisórias em Mogi e Suzano. 
Ainda de acordo com o advogado, a superlotação é o principal motivo de rebeliões nos presídios, seguido de má estrutura física dos prédios e falta de acesso dos visitantes. 
"A região é composta por dez municípios, mas só tem duas unidades prisionais, que recebem detentos de fora, inclusive. A estrutura não comporta e algo precisa ser feito. Quando o governador implodiu o Carandiru, deveria ter construído o dobro de unidades prisionais para compensar. Mas na época o governo não pensou nisso, e o problema reflete até hoje. Em Guarulhos, são cinco presídios que somam quase 12 mil presos, e continua crescendo", destacou.
O governo do Estado tinha o projeto de construir um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Itaquaquecetuba, em uma área do Parque Piratininga, mas na época e por pressão política, o governador desistiu do projeto. "A questão política ainda atravanca a criação de novos presídios. Muitos prefeitos, para não se queimarem com a população, não aceitam presídios em suas cidades. Mas é necessário, com toda certeza, que isso seja feito", avaliou. 
Segundo ele, o Ministério Público pode solicitar ao juiz criminal que interdite uma unidade prisional, caso as condições de abrigo sejam muito precárias. "Quem sai prejudicado nestas situações são as famílias, que pagam a pena junto com o preso. Nas visitas aos domingos, por exemplo, os familiares chegam na sexta-feira, pernoitam no presídio e depois passam por revista, um a um. Até conseguirem acessar a unidade, já está na hora de ir embora, fim da visita.

Fonte:Mogi News