terça-feira, 2 de outubro de 2012

Crime eleitoral Candidatos fazem pacto contra a compra de votos nestas eleições


Crime eleitoral
Candidatos fazem pacto contra a compra de votos nestas eleições
Grupo de postulantes ao cargo de vereador iniciou movimento que pretende denunciar esta prática ilegal
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Braz: "Vamos alertar e também denunciar a compra de votos"
A fim de combater o crime de compra de votos, um grupo de candidatos a vereador de Mogi das Cruzes deu início ao que chamam de "pacto a favor da moralidade nas eleições". Mesmo antes de ser lançado, o movimento iniciado nesta reta final de campanha já ganhou adeptos. 
Novos postulantes às vagas na Câmara Municipal, presidente de partidos, e prefeituráveis apoiam a iniciativa. A medida conta até mesmo com a aprovação da Justiça Eleitoral.

A população em geral também será convidada a participar do projeto, fiscalizando e denunciando possíveis irregularidades nos dias que antecedem as eleições e, principalmente, em 7 de outubro, data do primeiro turno. As ferramentas utilizadas para divulgar o pacto serão as redes sociais e a Imprensa, além do boca a boca. O objetivo é alertar e orientar os participantes sobre o que caracteriza a compra de votos. Como denunciar e quais poderão ser os efeitos também serão temas abordados.

Outras ações contra o crime já foram lançadas, como uma campanha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que abordou o voto consciente e um grupo de jovens que utilizou adesivos de coração amarelo - símbolo que representa o posicionamento contrário à venda do direito de escolher o político que apresente a melhor proposta. O diferencial deste pacto é que ele tem origem na classe política.

Um dos idealizadores do projeto é Braz Anastácio da Silva, o Braz Passarinheiro. Em visita à redação do Mogi News, ele explicou como surgiu a ideia do pacto. "Temos presenciado diversos candidatos com maior poder econômico usando artifícios ilegais, como a compra de votos com dinheiro, garantia de emprego e até aparelhos eletrônicos. Isso faz com que a disputa seja desigual", destacou. Segundo ele, mesmo sem um trabalho de divulgação, cerca de 500 pessoas já se colocaram à disposição para fiscalizar possíveis irregularidades durante as eleições.


Justiça eleitoral 
O juiz eleitoral Luiz Renato Bariani Peres apoia a iniciativa. Ele afirma que "qualquer movimento de combate à compra de votos ou outro crime eleitoral precisa ser incentivado". "É uma atitude extremamente grave, pois atenta até mesmo contra a própria legitimidade do processo democrático", afirmou. "O combate a esta e outras irregularidades depende de todos os agentes envolvidos no processo. Os partidos políticos, o eleitorado e o Ministério Público precisam denunciar para que possa haver uma apuração dos fatos", afirmou. 
"É evidente que em uma parte das denúncias há muito exagero, como, por exemplo, a garantia de emprego. É possível que o candidato tenha discursado sobre um determinado projeto de expansão de indústrias, o que aumentaria a oferta de postos de trabalho", explicou.

Fonte:Mogi News