quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Protesto: Chacareiros tentarão fazer um novo acordo


Protesto
Chacareiros tentarão fazer um novo acordo
Prefeitura de Mogi se comprometeu a intermediar uma nova negociação entre as cerca de 400 famílias de chacareiros e a empreiteira Itaquareia
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Jorge Moraes
Chacareiros protestaram em frente à Prefeitura; depois, se reuniram com secretários municipais e com a coordenadora de Habitação
Representantes da Itaquareia Mineradora, da Santa Casa Beneficente de São Paulo, Associação dos Produtores Rurais de Jundiapeba (Aprojur), Ministério Público da cidade, além do Tribunal de Justiça, devem se reunir nos próximos dias para voltar a discutir a situação de cerca de 400 famílias que residem no distrito de Jundiapeba, numa área de que é alvo de uma disputa fundiária. Trata-se de uma nova tentativa de conciliação entre a mineradora e moradores da região conhecida como chácara dos baianos, que há mais de cinco anos disputam a posse da área que nas décadas de 30 e 40 pertencia à Santa Casa. Os populares reivindicam na Justiça o direito a usucapião da área, enquanto a Mineradora alega ser proprietária do terreno, após compra direta da Santa Casa Beneficente. A Prefeitura de Mogi mais uma vez irá intermediar esse processo que tem por objetivo impedir a demolição de imóveis e despejo em massa de moradores que há anos residem naquela região. Até a semana passada cerca de quatro famílias tiveram imóveis demolidos por determinação judicial de reintegração de posse à Itaquareia. 
A reunião de conciliação entre mineradora e chacareiros foi definida ontem, após uma longa conversa de 1h30 entre um grupo de 30 moradores, o advogado deles, Carlos Zambotto, com o secretário de gabinete da Prefeitura, Luiz Sérgio Marrano, a coordenadora municipal de Habitação, Dalciani Felizardo e o secretário de Governo, Percy Gonçalves. 
Antes disso, os moradores realizaram um protesto em frente ao prédio da Prefeitura para reivindicar resposta aos vários ofícios e pedidos de auxílio encaminhados no início do ano pela Aprojur ao Executivo. "É preciso fazer um acordo agora para que as famílias permaneçam na área enquanto a questão da posse não é resolvida", propôs o advogado dos chacareiros. Segundo ele, a presença de representantes do Ministério Público e Tribunal de Justiça ajudariam a "congelar" os processos de desapropriação em andamento no Fórum de Brás Cubas. 
O secretário de gabinete, Luiz Sérgio Marrano, assim como a coordenadora de Habitação, Dalciani Felizardo e demais presentes na reunião de ontem concordaram. 
"A Prefeitura não tem condições de ir contra uma decisão judicial, mas está muito empenhada em ter essa situação resolvida e fará de tudo para que esta reunião de conciliação aconteça e haja um acordo, se for a vontade de ambas partes", afirmou Dalciani. 
O advogado da Itaquareia, Nilson Godoy também acenou para um acordo. "Não queremos despejar ninguém e sim fazer cumprir o acordo com os moradores de não haver novas construções naquela região. Também estamos aberto a novas negociações", disse. 

Fonte:Mogi News