domingo, 29 de julho de 2012

Taiaçupeba dos tesouros artísticos



Artistas anônimos deixaram seus desenhos em construções em Taiaçupeba / Foto Reprodução


Um homem pintou o teto de capelas com singular simplicidade e beleza, e tinha por apelido, talvez por ficar amarrado pintando ou deitado num andaime, Zé Correia. Outro que esculpia, passava dias de descanso na região e ainda há o estrangeiro que buscou a tranquilidade e inspiração do lugar, deixando suas impressões marcadas na paisagem ao fazer de sua morada o reflexo de sua alma impressionista-expressionista.
Os caminhos de três artistas se encontram, em momentos diferentes da história, mas reunidos num mesmo local: Taiaçupeba. Ao chegar, o ambiente tranquilo, a rua ladeada por pequenas casas, pessoas no ponto de ônibus, alguns pedestres circulam nas proximidades e na praça onde o edifício da igreja se destaca dos demais, repousa um tesouro no interior do templo, materializados na talha, pintura do altar e forro, exemplo da arte sacra popular de um artesão do povo que se dedicou na vida a criar verdadeiras obras de arte, a partir de suas vivências e de sua crença.
Anônimo como muitos artistas populares, representa nosso acervo cultural, nosso patrimônio histórico, conhecido por poucos e que mostra em termos de arte sacra que nossos olhos não devem estar voltados somente às maravilhas da arte barroca em Minas Gerais ou Nordeste, mas também às capelas simples de pequenas localidades do interior, onde se encontram o trabalho do artesão anônimo que aprendia e tinha como escola artística a interpretação pessoal dos santinhos de papel distribuídos no culto ou nas festas devocionais, das páginas de uma bíblia dominical e dos catecismos.  (Ângelo Nanni e Antonio Sergio Damy)


Fonte:O Diário de Mogi