domingo, 15 de julho de 2012

Saúde Mais de 7 mil pacientes faltam a consultas por mês em Mogi



Mogianos fazem o agendamento em várias unidades de saúde da cidade, mas não comparecem nem avisam que não poderão ir
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Faltas acabam gerando maior tempo de espera na fila por consultas e outros procedimentos
Em janeiro, a dona de casa Joana (nome fictício), de 46 anos, recorreu ao telefone  0800 770 5585 da Secretaria Municipal de Saúde para agendar uma consulta com ginecologista. Ela se queixava de dores abdominais e de ausência de menstruação. Além disso, Joana precisava realizar o chamado exame preventivo, a consulta anual, quando é feito também o papanicolau. Moradora do distrito de Brás Cubas, ela conseguiu agendar atendimento para a primeira quinzena de fevereiro, na unidade do Pró-Mulher 2. Contudo, sem motivos aparentes, Joana faltou à consulta. Semanas depois, ela ligou novamente para a Central de Agendamento da Prefeitura de Mogi e pediu uma nova consulta com o mesmo especialista. Ela faltou de novo. Em março, ela tinha um atendimento marcado com enfermeiros e técnicos do programa Planejamento Familiar, da Secretaria de Saúde. Joana, mais uma vez, não compareceu.


E foi assim por mais seis vezes, até o mês passado: a dona de casa agendava a consulta em postos de saúde da cidade, mas, no dia marcado, não comparecia. Apesar do nome fictício, a situação é real e muito comum no município. Acontece na maioria das 44 unidades públicas de saúde, como postos e locais de serviços ambulatoriais e de especialidades, oferecidos pela administração municipal.


Segundo levantamento da Secretaria de Saúde, são realizados, em média, de 30 a 40 mil agendamentos mensais na rede básica, dos quais 7 mil procedimentos, entre consultas e exames, não são realizados por causa da ausência de pacientes, o que estabelece a taxa de abstenção de até 30%, dependendo da especialidade. Com isso, algumas consultas e exames demoram até 45 dias para serem feitos.


O problema de abstenção é generalizado, porém, segundo estudo realizado pela administração municipal, são os postos ins-talados nos distritos de Brás Cubas, Jundiapeba e Taiaçupeba que mais enfrentam problemas de falta de pacientes.


Em alguns casos, como no Conjunto Santo Ângelo, a 15 quilômetros do centro da cidade, o maior número de faltas é de pacientes que precisam (ou precisavam) de consulta eletiva, com ginecologista. Lá, haviam sido agendados 23 pacientes em maio deste ano, dos quais apenas 12 comparece-ram - um índice de 48% de abstenção.


Em Taiaçupeba, que é ainda mais distante da região central (a quase 30 quilômetros do centro de Mogi), e, portanto, há grande dificuldade para acompanhamento médico, o índice é de 33% em todo o posto, isto é, somando todas as especialidades oferecidas na unidade: clínica médica, ginecologia, pediatria e cirurgia dentária. Em maio de 2012, foram agendados 950 pacientes, dos quais 314 faltaram. A maior ausência foi de pacientes de clínica médica: de 457 agendamentos, 155 não viraram atendimento porque os pacientes não compareceram à consulta.


Fonte:Mogi News