domingo, 8 de julho de 2012

Junji quer mobilização de lideranças


No primeiro aniversário da Frente em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, deputado cobra maior envolvimento de entidades para garantir legitimidade da representação no Congresso  
A efetiva participação das lideranças agrícolas nos rumos da política nacional é o ponto de partida para fazer ecoar a voz do campo, consolidar uma representação legítima e dar sustentação às ações dos parlamentares que defendem o setor no Congresso Nacional, viabilizando as esperadas melhorias. Com este alerta e o veemente apelo para maior participação das entidades rurais na discussão de questões que afetam o agronegócio brasileiro, o deputado federal Junji Abe (PSD-SP) marcou, nesta quarta-feira (04/07/2012), a solenidade em comemoração ao primeiro ano de existência da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros.
Idealizada e presidida por Junji, a inédita Pró-Horti agrega mais de 230 congressistas – entre deputados e senadores – solidários ao apelo pela implantação de políticas públicas voltadas ao segmento de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens dirigidos ao abastecimento do mercado interno.
“A Pró-Horti abrange as cadeias produtivas de itens consumidos diariamente pelos brasileiros e, portanto, de fundamental importância para o mercado interno. Ocorre que nenhum político – por melhor, mais dedicado e bem intencionado que seja – poderá viabilizar medidas para atender as necessidades dessas categorias, sem o respaldo das lideranças representativas”, advertiu Junji, reforçando o pedido para que a classe escolha e eleja políticos comprometidos com a busca de soluções para os problemas do campo.
As considerações de Junji ganham um peso ainda maior diante do drama envolvendo o novo Código Florestal. O deputado capitaneia uma batalha hercúlea para corrigir distorções que ameaçam a sobrevivência de mais de 4,5 milhões de mini e pequenos produtores rurais. São profissionais que mantém atividades produtivas às margens de rios, córregos e outros cursos d’água. Todos, abrangidos pela Pró-Horti. Segundo o parlamentar, se nada mudar na legislação, eles terão de desocupar faixas marginais e arcar com os ônus da recomposição florestal, sendo “condenados ao extermínio” por perderem espaços produtivos cultivados há séculos.
A polêmica acerca do novo Código Florestal foi a principal trava para maiores avanços na atuação da Pró-Horti, conforme avaliação de Junji. “É uma legislação que mexe diretamente com os principais atores agasalhados pela frente. Falo dos míni e pequenos produtores que perderão faixas de terras produtivas e, com elas, produção e capacidade de sobrevivência”, sintetizou, referindo-se ao não reconhecimento das chamadas áreas consolidadas que levou à obrigatoriedade de desocupação e recomposição vegetal de faixas no entorno de mananciais. Autor de emendas ao texto, o deputado ainda briga para minimizar os impactos das exigências sobre os pequenos proprietários rurais.
Ao falar sobre as ações da Pró-Horti ao longo do seu primeiro ano de existência, Junji destacou a sinergia estabelecida entre as frentes ligadas ao setor agropecuário. “Fortalecemos o entendimento de que precisamos caminhar juntas para obter resultados positivos. Não adianta socorrer o fruticultor e matar o suinocultor”, exemplificou, apregoando que “um colegiado tem de apoiar o outro em benefício de todos”.
Manifesto
Realizada no café da manhã, a comemoração pelo primeiro ano da Pró-Horti ocorreu durante o 6° Simpósio Internacional de Sementes, Mudas e Estabelecimento de Hortaliças. O evento é promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros em parceria com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças.
O presidente da Pró-Horti, deputado federal Junji Abe, fez um manifesto de gratidão a todas as frentes parlamentares ligadas à agropecuária, assim como aos órgãos públicos e entidades classistas do setor no País. “Com esta rede institucional de apoios, conseguimos sustentação para defender as cadeias produtivas de hortifrutiflorigranjeiros. Por isto, conclamamos as lideranças agrícolas a engrossarem o movimento participando ativamente dos trabalhos”.
Participaram da solenidade o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Celso Moretti; o chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Cava; o vice-presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Fábio de Salles Meirelles Filho; o presidente e o vice-presidente do Sincaesp –  Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo, José Robson Coringa Bezerra e Celso Tadashi, respectivamente; a chefe da Assessoria Parlamentar Cynthia Cury e o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento, ambos da Embrapa.
Também marcaram presença na solenidade os presidentes Raimundo Gomes de Matos (PSDB), da Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural;  e Zé Silva (PDT-MG), da Frente de Assistência Técnica e Extensão Rural; o líder do PSD na Câmara, Guilherme Campos (PSD-SP); e os deputados Eduardo Sciarra (DEM-PR), Eliene Lima (PSD-MT) e  Hélio Santos (PSD-MA), entre outros congressistas e lideranças.
 
Pró-Horti: Ano 1
Junji destaca hortaliças na economia verde
Segmento responde por 13,4% do PIB do agronegócio e emprega 7,3 milhões, como informou o deputado na comemoração do primeiro ano da Frente em Defesa dos Hortifrutiflorigranjeiros
A capacidade produtiva anual de hortaliças no Brasil é de 102 quilos por habitante. Ocorre que cada brasileiro consome apenas 27 quilos de verduras e legumes por ano. O contraste foi evidenciado pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP), no café da manhã desta quarta-feira (04/07/2012), no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, onde foi comemorado o primeiro ano de existência da Pró-Horti –  Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, idealizada e presidida por ele.
Ao falar sobre a importância das hortaliças para a economia verde, Junji assinalou que o segmento responde por 13,4% do PIB – Produto Interno Bruto do agronegócio, movimentando R$ 18 bilhões com produção total de 19,3 toneladas cultivadas em 810 mil hectares (cada hectare tem 10 mil metros quadrados) por 7,3 milhões de trabalhadores. O deputado destacou essa cadeia produtiva em alusão ao 6° Simpósio Internacional de Sementes, Mudas e Estabelecimento de Hortaliças, realizado pela Pró-Horti em parceria com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças. A comemoração do primeiro aniversário da frente ocorreu durante o evento.
Comandada, na maioria, por pequenos e médios produtores com bom nível tecnológico, a produção de hortaliças no Brasil alcança a produtividade de 24 toneladas por hectare e emprega nove trabalhadores a cada 10 mil metros quadrados plantados, de acordo com Junji. Ele lembrou que o segmento amarga o baixo consumo por parte dos brasileiros e voltou a defender campanhas para estimular a ingestão de hortaliças e frutas como alicerce de vida saudável.
No Brasil, o consumo anual per capita não ultrapassa 27 quilos de hortaliças e 57 quilos de frutas. Em países como Itália e Canadá, os habitantes consomem 158 quilos de hortaliças e 223 quilos de frutas, respectivamente. Situação semelhante envolve o mercado de flores. Por ano, cada brasileiro não gasta mais de US$ 9 com este item. É um valor bem menor que os US$ 174 despendidos pelo suíço. 
Os números apresentados por Junji baseiam-se numa coletânea de informações sistematizadas pela Embrapa Hortaliças, Cepea –  Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo e ABCSem – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas, entre outras instituições, a partir de dados como os disponibilizados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Junji mostrou um panorama das principais cadeias produtivas abrangidas pela Pró-Horti que engloba verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens dirigidos ao abastecimento do mercado interno.
A limitada mobilização das entidades ligadas a esses segmentos favorecem, segundo o presidente da Pró-Horti, a disseminação de conceitos equivocados sobre os produtos. “Incluindo a divulgação de que os defensivos agrícolas são venenos que contaminam alimentos”, pinçou, apelando às lideranças agrícolas que se mantenham alertas para contestar inverdades.
“Até um comprimido para dor de cabeça vira veneno se for usado de forma inadequada”, advertiu Junji, apontando outra necessidade premente dos míni e pequenos produtores: a oferta de assistência técnica e extensão rural. Para confirmar a deficiência, o deputado citou que de cada quatro agricultores no Brasil, apenas um recebe algum tipo de orientação técnica e, mesmo assim, precária.
O presidente da Pró-Horti defendeu a retomada de programas públicos para garantir a inclusão no campo. Sem acesso a conhecimentos, tecnologias, métodos de cultivo e outras inovações, ponderou ele, “nossos produtores acabam vítimas do desperdício e de sérios equívocos no manejo rural por pura desinformação”. 
No balanço das principais ações (veja anexo) desenvolvidas pela Pró-Horti ao longo do seu primeiro ano de existência, Junji também sublinhou a luta junto ao governo paulista para vencer a burocracia e zerar altos custos cobrados para regularização de pequenas propriedades rurais quanto à captação de recursos hídricos e critérios de proteção ambiental.
 

Mel Tominaga
Jornalista