sábado, 21 de julho de 2012

Bertaiolli busca a reeleição




Arte: Elizeu de Lima


Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), de 44 anos, ingressou na disputa pela reeleição com o respaldo de uma alta aprovação popular para o seu governo. Pesquisa Ibope divulgada no mês de junho por O Diário mostrou que 73% dos eleitores aprovam a atual Administração. Apesar do bom resultado, o prefeito tem procurado falar com cautela sobre a possibilidade de vencer o pleito. Em entrevista concedida ao jornal, nessa semana, ele afirmou que concorrerá com “humildade” e que deverá gastar muita saliva e sola de sapato na busca pelos votos. O candidato terá cinco adversários e, pelo tom das declarações dadas até o momento pela maioria deles, deverá enfrentar críticas duras contra a sua gestão. Porém, com a experiência de quem enfrentou seis eleições na vida, Bertaiolli já afinou o discurso e afirma que pretende “aprender” com todos os questionamentos que lhe forem apresentados de forma construtiva.
A campanha pela reeleição deverá ser focada no mote “Mogi não pode parar”. O candidato terá como meta convencer o eleitorado de que a política da continuidade é o melhor para a Cidade. Para isso, ele fará a apresentação sistemática dos projetos realizados nos três anos e meio de governo e de propostas para um virtual segundo mandato. A O Diário, ele afirmou
ter “convicção” de que “muito foi feito em pouco tempo”. Entre os projetos de maior peso estão o tempo integral nas escolas, as 40 creches - 35 entregues -, o hospital municipal, canalização do Córrego dos Canudos, reestruturação do transporte público, urbanizações de favelas e construção de três mil unidades habitacionais. Apesar dos avanços, no entanto, o prefeito admite que a Cidade tem muitos desafios pela frente. E é certo que eles serão apontados por seus adversários como os pontos fracos da Administração.
Entre as principais críticas mencionadas por seus concorrentes, neste início do período eleitoral estão, por exemplo, as carências no atendimento da rede básica de saúde. “Saúde não se faz só com obras”, já dizem em coro alguns dos adversários de Bertaiolli.
A segurança pública ainda deverá ser bombardeada com críticas sobre a elevação nos índices criminais e o desempenho da Guarda Municipal, que não consegue controlar nem mesmo os pequenos delitos no Parque Botyra Camorim Gatti, onde está a sua própria sede. A saturação do trânsito e a falta de um planejamento concreto para o futuro da Cidade também deverão ser usadas como fortes armas pelos opositores durante todo o período eleitoral.
Bertaiolli conta que vai ouvir todas as considerações. A intenção dele, adverte, é “aprender” com as críticas construtivas. O candidato pretende manter uma postura propositiva, sem ataques aos concorrentes. “As críticas fazem parte deste período. Mas a população saberá discernir as questões levantadas de forma séria daquelas que tenham mero caráter eleitoral. Esta é a sexta eleição da minha vida. Eu nunca me envolvi em bate-boca eleitoral e sempre me pautei pela ética. Dessa vez não será diferente. Vou apresentar à população os projetos realizados, que foram muitos, e reconhecer que ainda há muito a ser feito. Mogi não pode parar e a Administração precisa acompanhar este crescimento com qualidade”.
Bertaiolli se elegeu prefeito em 2008 no primeiro turno, com 103 mil votos, 53% do total. Antes disso, já havia ocupado vários cargos públicos, na construção da carreira política que pretendia seguir. Em 1994, aos 26 anos, foi secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, na gestão do então prefeito Manoel Bezerra de Melo. A primeira eleição ocorreu em 1996, sendo que ficou na suplência e assumiu a cadeira após a morte do ex-vereador Jefferson da Silva. Em 2000, ele se reelegeu para a vereança e, em 2004, foi ser vice-prefeito de Junji Abe (PSD). Dois anos mais tarde, tornou-se deputado estadual depois que dois nomes com votações mais expressivas foram chamados para ocupar altos cargos no Estado.
A atuação na Assembleia rendeu-lhe o destaque necessário para assumir a Prefeitura em seguida. Nascido em Mogi, o prefeito conta comumente histórias sobre sua infância simples. Na recente convenção do PSD, disse que quando menino tinha de ir para a escola com tênis velhos e que eles só podiam ser trocados quando a sola acabasse. “Mas, ela não acabava nunca, parecia borracha de pneu”, disse, arrancando risos dos aliados. Nesta entrevista, no entanto, evitou usar essa imagem e disse que começou a trabalhar muito cedo “não por necessidade, mas por vocação”. Se a nova postura é estratégia de marketing, só o decorrer da campanha dirá. Mas, o fato é que o mogiano, que desejava governar a Cidade desde os 14 anos de idade, tem agora um novo sonho: quer ser reeleito. Poucos duvidam de que, mais uma vez, se empenhará ao máximo para isso.
Propostas devem caber no orçamento
O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) manteve segredo, mais uma vez, sobre os projetos de governo que serão apresentados durante sua campanha. Em entrevista a O Diário, ele explicou que já possui o plano de metas, registrado em cartório, mas que a divulgação das propostas ainda depende de estudos que estão em andamento para verificação do que é compatível com o orçamento.
Ele destacou que não prometerá nada que não caiba na dotação municipal dos próximos anos. Bertaiolli explicou que, no momento, pode falar apenas daqueles projetos que já começaram a ser encaminhados por ele para o próximo ano e que, portanto, possuem viabilidade técnica e financeira. Um dos maiores e mais importantes é a implantação do chamado “Novo Centro”, que será realizado em parceria com o Estado e a iniciativa privada. A proposta inclui a construção de uma passagem subterrânea e de um complexo comercial nas imediações da Praça Sacadura Cabral, além da total reconstrução da estação de trem que será integrada ao terminal rodoviário.
Também há previsões de construção de 26 novas creches, cujos recursos já estão garantidos e vão zerar o déficit no Ensino Infantil da Cidade. Na possível nova gestão, Bertaiolli deverá colocar para funcionar o hospital de Braz Cubas, cujo prédio fica pronto neste ano. Ele também defende dois outros grandes projetos, com investimentos garantidos pelo Estado: implantação da futura usina regional de tratamento de lixo e construção da Avenida Guilherme Giorgi, em Jundiapeba. (Júlia Guimarães)


Fonte:O Diário de Mogi