quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dilma pede atenção aos africanos


Rio+20: Dilma dedicará atenção aos africanos

Nos raros intervalos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, a presidenta Dilma Rousseff atenderá a apenas sete pedidos dos 57 que recebeu para encontros bilaterais. Dilma dará atenção especial aos africanos durante o jantar amanhã (21). Antes, ela almoça hoje (20) com o presidente da França, François Hollande, e recebe também nesta quarta-feira os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Nigéria, Goodluck Jonathan.
O café da manhã de amanhã da presidenta será com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, depois ela tem reuniões, em horários alternados, com o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, que é casado com a brasileira Vanda Pignato, ligada ao Partido dos Trabalhadores. À noite, Dilma janta com cerca de 50 representantes da União Africana.
A presidenta não irá receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que também solicitou audiência privada. O eventual mal-estar causado pela recusa é explicado pela ausência de tempo na agenda de Dilma, que chegou hoje por volta das 5h do México e logo iniciou os trabalhos da Rio+20.
Amanhã, para o jantar com os africanos, também é esperada a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após um ano e meio no governo, Dilma esteve apenas em dois países africanos – Moçambique e Angola –, mas quer explicar que a África está entre as prioridades da política externa brasileira.
De acordo com negociadores brasileiros, os africanos querem ampliar as relações com o Brasil e a América Latina, pois acreditam que os continentes têm semelhanças. Para os africanos, a globalização aproxima os países de tal maneira que há uma tendência à ampliação da classe média na África, como ocorre no Brasil.
Uma das preocupações dos africanos é com o crescimento populacional, pois a estimativa é que em breve a África tenha 2 bilhões de habitantes. Eles querem desenvolver parcerias para implementar a agricultura tropical, aproveitando a geologia da região que é semelhante à do Brasil, e trocar experiências para transferência de tecnologias.
Ban Kin-moon
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Kin-moon, disse hoje que também esperava um documento "mais ambicioso" da Rio+20, e fez um apelo aos líderes mundiais presentes no Rio que desempenhem seu papel como "cidadãos globais", indo além de "interesses internos e de grupos" para fazer as escolhas certas para o futuro.
"São os líderes que podem tomar decisões políticas, que podem fazer uma escolha. Temos muitas agendas com as quais estamos preocupados, e, dependendo da prioridade política que eles escolham, as consequências serão completamente diferentes", disse Ban. "Por isso contamos com esses líderes, por isso peço que eles atuem como cidadãos globais."
Ele destacou que o processo de negociações do documento que resultará da Rio+20 final foi um processo delicado, por tentar conciliar os interesses da cada país. "Alguns Estados membros esperavam um resultado mais ambicioso, eu também esperava um documento mais ambicioso, mas é preciso entender que as negociações foram difíceis e lentas, devido a ideias conflitantes", observou, destacando que a Rio+20 "não é o fim, mas o início" dos compromissos enter os países.
"O que importa é que as recomendações sejam implementadas sem atraso, porque a natureza não espera", disse.
Ban ainda afirmou que os países aqui presentes devem se "inspirar" nos exemplos de sucesso do Brasil. "O Brasil tem muito potencial, mas grandes desafios. E todos os desafios que o Brasil enfrenta podem nos servir de lição durante a Rio+20." (Folhapress)


Fonte:O Diário de Mogi