terça-feira, 8 de maio de 2012

Delta aumenta desgaste a Cabral



MEDIDA O procurador Gurgel decidirá se pede ou não abertura de investigação contra Cabral no STJ 
Elza Fiuza - Abr

RIO
Além da preocupação com uma possível convocação para depor na CPI do Cachoeira, o governador Sérgio Cabral (PMDB) tem uma nova dor de cabeça: o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu informações sobre contratos da construtora Delta com o governo do Estado a três órgãos de fiscalização. Com base nas respostas, Gurgel decidirá se pede ou não abertura de investigação contra Cabral no Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Em entrevista ontem, o procurador-geral disse que "é um momento absolutamente preliminar" e que "não há anda qualquer iniciativa para instauração de inquérito". Gurgel informou que pediu informações à Controladoria Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro. Por meio da assessoria de imprensa do governo, Cabral disse apenas que reafirma o respeito ao Ministério Público.


Envolvidos na operação para, em parceria com o PT, evitar a convocação de Cabral na CPI, os principais líderes do PMDB reconhecem que o desgaste do governador é grande. Normalmente distante das questões partidárias, Cabral se aproximou dos companheiros de legenda no esforço para evitar que as relações de amizade com o dono da Delta, Fernando Cavendish, ganhem contornos de escândalo nacional, se chegarem à CPI.


Em conversa com peemedebistas como o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, José Sarney, os líderes no Senado, Renan Calheiros, e na Câmara, Henrique Alves, e o ex-líder do governo no Senado, Romero Jucá, Cabral disse que se trata de uma questão local com o adversário Anthony Garotinho, deputado (PR-RJ) e ex-governador que tem publicado diariamente fotos das viagens suntuosas de Cabral, Cavendish e suas mulheres e denúncias contra o governador.


Sérgio Cabral assegurou aos peemedebistas que não tem qualquer ligação com o contraventor Carlos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, e disse estar à disposição do partido para qualquer esclarecimento. Um dos objetos de investigação da Polícia Federal e agora da CPI são as relações entre Cachoeira e a Delta.


O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, reagiu ao que definiu como um acordo que começa a se desenhar entre peemedebistas e petistas para preservar Cabral e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Para Guerra, Cabral, Agnelo e o tucano Marconi Perillo, governador de Goiás, devem ser ouvidos na CPI.


"A investigação não pode ser regional. Tem que ouvir Marconi, Agnelo, Cabral. Se a situação de Cabral é diferente em relação aos outros, melhor para o Cabral e para o Rio de Janeiro. Ou a CPI investiga de verdade ou vai se distrair com a investigação já feita dos telefonemas do contraventor", disse o tucano.


Para Guerra, "o governo, o PMDB e o PT estão juntos para não investigar e já conseguiram deixar os governadores fora do primeiro round".


Fonte:O Diário de Mogi