quinta-feira, 22 de março de 2012

Pintor presta depoimento hoje



Justiça Réu confesso, Tartaruga volta ao Fórum para falar sobre o assassinato de Renata e Roberta


LUCAS MELONI
O julgamento do pintor Antônio Carlos da Silva, conhecido como Tartaruga, de 30 anos, acusado de assassinar, em novembro do ano passado, as irmãs Roberta e Renata Yoshifusa, pode acontecer até o final deste ano se não for apresentado nenhum recurso por parte da defesa. A expectativa é de que o caso siga para júri popular. A Justiça ouve hoje à tarde, no Fórum Central, o réu e também o médico legista Zeno Morrone, diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, responsável pelo exame necrológico nas meninas.


As informações são do advogado da família Yoshifusa e assistente da Promotoria de Justiça, José Beraldo. "Se não houver recurso até o final do ano, deve ocorrer o julgamento. Por ser um duplo homicídio e ter a questão da violência sexual, o caso deve ir para júri popular. Ele sabia o que estava fazendo, ele tem características de serial killer", disse.


Tartaruga deve ser interrogado pela Justiça hoje, às 14h50, na 2ª Vara Criminal do Fórum de Mogi das Cruzes, próximo à Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Também está previsto o depoimento do diretor do IML.


Segundo Beraldo, o legista deverá contar alguns detalhes observados durante a necropsia das vítimas, enquanto o pintor será questionado sobre o que o levou a cometer os crimes. "Quero ver o que ele vai dizer já que, conforme ele disse, não estava bêbado e nem tinha usado drogas", acrescenta.


O advogado salienta que a pena de Tartaruga para o duplo homicídio com agravantes poderia ser perpétua. "Eram meninas indefesas, duas princesinhas. A pena deveria ser de aproximadamente 100 anos ou perpétua", opina.


O duplo homicídio aconteceu na noite de 11 de novembro passado na Vila Oliveira. Renata e Roberta morreram de choque hemorrágico resultante de facadas desferidas que atingiram, principalmente, as regiões da cabeça e pescoço. A Polícia apurou, na época, que a irmã mais velha foi a primeira a ser morta pelo pintor. Silva trabalhava há 15 anos para a família Yoshifusa e disse ter sofrido um "branco" na hora do crime. No dia seguinte ao fato ele confessou os assassinatos à Polícia Civil.


Tartaruga está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes. Na primeira audiência, no início do mês, o pintor chegou a ser levado até o Fórum, mas não foi ouvido pela Justiça. Nesse dia, apenas os pais das vítimas, assim como a empregada e o piscineiro da casa, prestaram depoimentos.


Fonte:O Diário de Mogi