sábado, 26 de novembro de 2011

Serra do Itapeti é tema de palestra

DANILO SANS
A Serra do Itapeti, onde está localizado o Parque Municipal de Mogi, guarda verdadeiros tesouros arqueológicos. São resquícios de civilizações pré-históricas, indígenas e técnicas construtivas como a taipa, conforme ilustrado ontem no Primeiro Encontro Histórico Cultural - Parque Natural Municipal, na palestra ministrada ontem pela arqueóloga Vivian Cristiane Fernandes Yamashita. Hoje, às 10 horas, haverá uma segunda apresentação, desta vez com o tema "Histórico e Cultura da Serra do Itapeti", com o professor e historiador Glauco Ricciele Prado Lemes da Cruz Ribeiro. A entrada é livre.
De acordo com uma das gestoras do Parque, Arlene Usier Leite Pinto, o objetivo das palestras é fazer com que a população não vá ao local apenas pela beleza natural, mas também possa conhecer a parte histórica de toda a Serra do Itapeti. "Por isso, escolhemos dois estudiosos para que possam mostrar a importância da conservação do espaço", afirma.
Conforme explica a arqueóloga Vivian, consultora responsável pela pesquisa do patrimônio histórico cultural do Plano de Manejo do Parque Municipal - documento que dá as diretrizes para conservação do espaço -, "a Cidade está desenvolvendo uma política bastante forte de proteção ao patrimônio histórico, cultural, arqueológico, paisagístico e arquitetônico , sempre com uma legislação específica".
O documento trata ainda do controle de entrada no Parque, que já foi livre no passado, e agora comporta 30 pessoas em cada visita. "Isso é fundamental, já que o Municipal não é mais um parque urbano; agora ele é tratado como uma reserva de preservação do patrimônio natural e cultural. Sem essas regras, ele iria continuar sofrendo degradações", aponta.
Para a também gestora, Vera Lucia de Oliveira, a intenção é aumentar a capacidade de visitação, o que depende de estudos de capacidade de cargas das trilhas e da adaptação na estrutura para o recebimento de mais pessoas.
Como ela explica, o Parque está passando por diversas reformas: "Elas têm como objetivo a preservação da unidade e oferecer equipamentos para a educação ambiental, e uma delas trata do Museu da Água, que virá para resgatar a importância da Serra na produção de água para Mogi das Cruzes".
História
O aposentado Fernando Teixeira Guedes, de 73 anos, se diz um grande conhecedor do Parque. Ele conta que frequenta o local desde os 10 anos de idade e destaca como principal mudança a facilidade de acesso. "Antes, a gente subia aqui no lombo de mulas", lembra. Os animais eram enviados pelo homem que deu nome ao Parque, Francisco Affonso de Melo, conhecido como "Chiquinho Veríssimo".
Uma das lembranças mais fortes que ele guarda das visitas é de uma revoada de borboletas azuis. "Eram centenas delas. Só lamento não ter ainda, na época, todas essas modernidades de câmera", diz.
Depois de 15 anos sem subir ao parque, o aposentado conta que ficou feliz com a conservação atual do espaço. "A mata se renovou  e está tudo muito bonito. Antes, o pessoal jogava o lixo sempre onde não devia", aponta.


Fonte:O Diário de Mogi