domingo, 26 de junho de 2011

Estacionamentos: Falta de vagas prejudica comércio na área central

Para lojistas e consumidores, a solução para comportar o fluxo crescente de carros e pedestres seria a transformação de novas vias em calçadões
Bras Santos
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari

Ruas e avenidas estreitas da área central não comportam mais o volume de carros e pedestres
O centro comercial de Mogi das Cruzes tem mais de 1,7 mil vagas de estacionamento, sendo 1.427 controladas e 350 privadas. Mas essa quantidade de espaços para a parada de carros e motos já não é suficiente para atender a demanda crescente de veículos e de pessoas que circulam pelas principais vias do comércio mogiano. 
Levantamento feito pelo Mogi News nos últimos dias com comerciantes e motoristas revelou que, apesar de todos os esforços da administração municipal (o sistema de Zona Azul foi implantado em 2008 e vem sendo aprimorado pela Prefeitura), o centro comercial da maior cidade do Alto Tietê segue para um colapso. Isso porque as estreitas ruas e avenidas da área central não comportam mais o volume de carros e pedestres. E a solução, conforme apurou a reportagem, será a transformação de outras vias de comércio em calçadões. 
Lojistas, condutores de automóveis e até a Associação Comercial avaliaram que as lideranças políticas e do setor de comércio do município não poderão continuar adiando por muito tempo a adoção de ações mais agressivas para evitar grandes prejuízos aos comerciantes e consumidores. 
De acordo com vários entrevistados, hoje, muitos clientes desistem de transitar e fazer compras no centro (especialmente aos sábados e dias de pagamento) em razão das dificuldades para estacionar (leia mais nesta edição). 
Esses transtornos só tenderão a aumentar caso a Prefeitura, em parceria com os representantes dos comerciantes e de outros setores da sociedade, não encarar o desafio de restringir, nos próximos dois ou três anos, a circulação de carros em vias com maior apelo para o comércio, como é caso da Flaviano de Melo. 


Crescimento
Números e estatísticas sobre o crescimento da população e da quantidade de carros na cidade reforçam de forma inquestionável as avaliações e sugestões de lojistas ouvidos pelo jornal para essa reportagem. Mogi tem atualmente 179.894 carros para 387.779 moradores, o que representa uma proporção de um automóvel para cada dois moradores. 
Outro dado revelador de quanto o centro da cidade está ficando ´entupido´ tem a ver com o crescimento da frota. Em 1997, o município tinha uma frota registrada de 71.346 veículos. Agora, ele soma 179.894, um aumento de 152% ou nada menos que 108.548 a mais em circulação num espaço de 13 anos. 
Por fim, o número de habitantes também cresceu de forma bastante relevante. No ano 2000, segundo o Censo, o município tinha pouco mais de 330,2 mil moradores. Este ano, a cidade conta com mais de 387,7 mil habitantes. O crescimento porcentual da população ultrapassou os 17% em dez anos. 
Em pouco mais de uma década, a cidade ganhou mais de 150 mil carros e mais de 50 mil novos habitantes. O centro comercial continua sendo praticamente o mesmo em termos de acessibilidade para pedestres e veículos. 


Providências
A presidente interina da Associação Comercial de Mogi, Tânia Fukusen Varjão, praticamente sintetizou as avaliações da maioria dos entrevistados. Ela ressaltou os esforços da administração municipal para garantir rotatividade das vagas de estacionamento, mas ressaltou que num futuro bem próximo, a única solução será aumentar os calçadões e afastar um pouco os carros do centro comercial. 
"Temos monitorado essa situação. Hoje, as vagas já não são suficientes e em breve será necessário, com muito critério e bom senso, discutir o aumento das vias com restrição para a circulação de veículos", destacou.


Fonte:Mogi News