terça-feira, 31 de maio de 2011

Sarney anuncia que impeachment de Collor voltará à galeria do Senado


Sarney anuncia que impeachment de Collor voltará à galeria do Senado

Ele disse que determinou inclusão para evitar 'interpretações equivocadas'.
Nova galeria de fatos históricos do 'túnel do tempo' excluía impeachment.

Robson BoninDo G1, em Brasília
Diante da repercussão da retirada do episódio do impeachment do ex-presidente Fernando Collor da galeria do “túnel do tempo” do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta terça (31) que os textos e fotos do fato histórico retornarão aos painéis da exposição permanente.
“Li todo o noticiário nos jornais a respeito da exposição feita pelo Senado no 'túnel do tempo'. Eu não fui curador nem autor dessa exposição, mas, para evitar interpretações equivocadas, acabo de determinar à seção competente do Senado e sua administração que faça constar da devida exposição o impeachment do presidente Collor”, afirmou Sarney em vídeo produzido pela assessoria de Comunicação da Casa (veja acima).
Segundo a assessoria do Senado, a produção do material para inclusão do impeachment no painel de fatos históricos levará até 15 dias.
 Nesta segunda (30), o presidente do Senado inaugurou a nova exposição com 16 painéis de fatos históricos da galeria. Questionado sobre a retirada do impeachment, Sarney afirmou que a cassação de Collor “foi um acidente que não deveria ter acontecido” e, por tal motivo, foi retirado da lista de fatos expostos nos 16 painéis da galeria.
“Túnel do tempo” é como ficou conhecido o amplo corredor que passa sob o Eixo Monumental, em Brasília, onde estão as salas das comissões permanentes e gabinetes dos parlamentares. O espaço integra o roteiro da visita guiada ao Congresso Nacional e abriga textos e imagens de momentos importantes da história do Brasil e do Senado.
De acordo com a assessoria de Comunicação do Senado, é um dos locais que mais despertam o interesse dos visitantes. Segundo dados da Casa, apenas em abril, o Senado recebeu 20 mil visitas.
O painel retirado da galeria tinha fotos panorâmicas de manifestantes nas ruas pedindo o impeachment do ex-presidente Collor. O painel relatava que, em 29 de dezembro de 1992, o Senado aprovou por 76 votos a cinco a perda do cargo por Collor e de seus direitos políticos até 2000. Collor renunciou ao mandato antes do início do julgamento, mas a sessão teve continuidade.
“Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente que não deveria ter acontecido na história do Brasil. Mas não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que foram os que construíram a história, não os que de certo modo não deveriam ter acontecido”, afirmou Sarney ao ser questionado sobre a retirada do episódio da cassação de Collor dos painéis.
No final da tarde desta segunda (30), a assessoria do Senado divulgou a seguinte nota:
"Os fatos históricos da mais antiga Casa legislativa do país são narrados em dezesseis painéis, com textos e imagens, seguindo a linha cronológica da história do Brasil desde 1822. A partir da Constituição de 1988, a opção dos historiadores foi destacar os fatos marcantes da atividade legislativa. O foco da exposição é mostrar a produção legislativa do Congresso Nacional . A discussão e aprovação das leis é a essência do que faz o parlamento como poder republicano."
Linha do tempo
Os painéis da galeria contam a história a partir de uma linha do tempo, que exibe as antigas sedes do Senado até a atual Praça dos Três Poderes. A exposição também conta com um painel que mostra como o cidadão pode participar do trabalho parlamentar e conhecer as leis diariamente discutidas e aprovadas na Casa.
As fotos e textos que relatam o impeachment de Collor foram suprimidos do painel que conta os fatos históricos de 1991 a 2011. O espaço cita leis importantes como a que estipulou o tratamento gratuito para portadores de HIV, a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Código de Trânsito, em 1997, e do Estatuto da Micro e Pequena Empresa, em 1999. Entre 1991 e 1996, período no qual está o governo Collor, o painel não oferece registros históricos.
Fonte:G1.Com