quarta-feira, 6 de abril de 2011

Médicos prometem paralisar atendimento amanhã

saúde
Médicos prometem paralisar atendimento amanhã
Maurício Sumiya
Isaías: Valores defasados
Os médicos de Mogi das Cruzes associados às operadoras de saúde prometem aderir à mobilização nacional amanhã de não atender, nos consultórios, pacientes conveniados aos planos de saúde, como forma de protesto. A categoria reivindica, entre outras coisas, reajuste nos valores referentes aos honorários. O movimento intitulado "O Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde" vai ocorrer em todo o País. A regional da Associação Paulista de Medicina (APM) de Mogi das Cruzes não sabe ao certo quantos médicos vão suspender as consultas, até porque a adesão é voluntária.
O presidente da APM local, Paulo Villas Bôas de Carvalho, informou que na cidade não haverá nenhum evento específico, no entanto, um grupo de médicos manifestou o interesse de participar de uma passeata na praça da Sé, em São Paulo.
As principais queixas dos profissionais é o valor baixo pago pelas operadores, a interferência das empresas na sua autonomia e a insuficiência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na regulação do diálogo entre os planos e os prestadores.
Para Carvalho, a iniciativa é uma forma de deixar explícito o descontentamento da classe com o pagamento feito pelas operadoras de saúde. É importante salientar que nos casos de urgência e cirurgias de emergência, o atendimento será realizado. "Não sei se haverá um resultado prático com esta iniciativa, mas o protesto é uma forma de chamar a atenção ao problema e alertar, principalmente, a população que paga os planos de saúde", ressaltou.
A classe médica reivindica o reajuste dos honorários, ao mesmo tempo em que reclama da omissão da ANS na fiscalização do setor e exige a aprovação de um projeto de lei que regulamenta a relação entre operadoras e prestadores de serviço. Em todo o Brasil, cerca de 160 mil profissionais atuam no setor.
Esta mobilização é promovida pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O órgão garante que o protesto não causará prejuízos para os usuários dos planos, que totalizam 45 milhões de pessoas. A estimativa da APM é de que as 1.060 operadoras existentes no Brasil faturarem em torno de R$ 70 bilhões.
O médico oncologista Flávio Isaías informou que vai participar do movimento e acha importante todos os colegas associados aos convênios fazerem a mesma coisa. "O valor repassado a nós está muito baixo e em muitas situações os honorários quase chegam ao valor que o Sistema Único de Saúde (SUS) paga", completou.
O especialista em urologia Breno Botelho contou que em sua clínica os seis médicos declararam que não atenderão pacientes conveniado aos planos de saúde, a não ser em casos de emergência. "É importante ressaltar que não estamos contra os pacientes, muito pelo contrário. Se continuar com esta situação não sei onde vai parar", finalizou. (M.P.)

Fonte:Mogi News