O impasse criado em torno da provável saída do prefeito Gilberto Kassab do DEM já começa a preocupar políticos mogianos, temerosos de que os desdobramentos da longa novela possam interferir no relacionamento – excelente, até agora – entre a Prefeitura de Mogi e o Governo do Estado de São Paulo. Não é segredo para ninguém que o prefeito Marco Bertaiolli (DEM), mais do que integrante do grupo político de Kassab, é também afilhado político do prefeito paulistano. E que para onde Kassab pender, também penderão Bertaiolli e seu grupo. Ocorre que a saída dele do DEM está intimamente ligada a um projeto político de médio prazo, voltado para uma candidatura a governador do Estado de São Paulo, em 2014. Acontece que Alckmin já trabalha pensando em sua reeleição, o que pode azedar de vez o entendimento pleno que vem sendo a marca de seu governo, pelo menos até agora, com Mogi das Cruzes. Basta se ver quantos secretários de Estado, membros do primeiro escalão alckmista, já visitaram Mogi ou receberam, em seus gabinetes, o prefeito Bertaiolli, demonstrando evidente disposição de atenderem aos pleitos da Cidade. A preocupação de políticos ligados ao governo municipal é que a tão esperada oportunidade de obter o máximo possível da atual administração estadual em favor de Mogi possa vir a ser interrompida por conta de questões político-partidárias, que se esboçam no horizonte nublado do principal líder político do DEM no Estado. Diante de tal quadro, só é possível ter certeza de uma coisa: o prefeito Bertaiolli terá de demonstrar toda sua capacidade de articulação para, ficando ao lado de Kassab, não permitir que isso venha a se confrontar com os interesses políticos do governador. Um desafio que, se não for enfrentado com perícia e muito jogo de cintura, poderá jogar por terra um cenário favorabilíssimo à sua administração, com reflexos evidentes para o seu próprio futuro dentro da política. A sorte está lançada.
Fonte: O Diário de Mogi
