quinta-feira, 31 de março de 2011

Bolsonaro se “lixa” para movimento gay

Bolsonaro se “lixa” para movimento gay

BRASÍLIA
No dia seguinte a um grupo de deputados iniciar um movimento pedindo sua punição, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a fazer declarações polêmicas ao chegar para o velório do ex-vice-presidente José Alencar no Palácio do Planalto. Desta vez o alvo foi o preferido do parlamentar, o movimento gay. "Estou me lixando para o movimento gay. O que eles têm para oferecer? Casamento gay? Adoção de filho por gay? Nada disso acrescenta nada", disse Bolsonaro.
O deputado voltou a afirmar que houve um erro na sua resposta a Preta Gil no programa "CQC" da TV Bandeirantes. No programa, o deputado tratou como "promiscuidade" a possibilidade de seu filho se casar com uma negra. "Eu fui entrevistado por um laptop. Minha resposta não foi àquela pergunta. O que eu entendi, por Deus do céu, era o que eu achava de um filho casar com gay".
O parlamentar disse não ter medo da ação de seus adversários que pediram uma investigação contra ele na Corregedoria da Casa. "Soldado que vai a guerra e tem medo de morrer é covarde".
Aos 56 anos, começando seu sexto mandato seguido na Câmara, o campineiro Bolsonaro habituou-se, na vida pública, a produzir frases polêmicas. Até agora, sobreviveu a seis pedidos de punição, na Câmara, por ataques a autoridades ou declarações que resvalaram para a quebra do decoro. "Com que moral vão me cassar aqui?", pergunta ele, sobre os pedidos de cassação - todos arquivados ou resumidos a moções de censura.
Sua vocação para polêmica vem de longe. Como capitão de Exército, em 1986, ficou 15 dias preso e foi depois absolvido pelo Supremo Tribunal Militar. E se marcou, na carreira, pela defesa do regime militar de 1964.
O jornalista e blogueiro do estadão com.br Fernando Gabeira defendeu um "trabalho pedagógico" para o deputado Bolsonaro. Para Gabeira, que foi deputado federal entre 1994 e 2010, um trabalho pedagógico com Bolsonaro pode ser mais eficaz "do que realmente puni-lo com perda de mandato". "Acho que, dessa vez, ele perdeu completamente o tom e realmente fez uma declaração racista", disse Gabeira.


Fonte: O Diário de Mogi