terça-feira, 22 de março de 2011

Bertaiolli optou por Kassab. Agora falta saber como Alckmin reagirá

Ao se comprometer publicamente que trocará o DEM pelo PSD, o novo partido que está sendo criado por Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos, o prefeito de Mogi Marco Bertaiolli dá um dos passos mais delicados de sua recente carreira política. Em nome da lealdade a Kassab e Afif, o chefe do Executivo mogiano alega que não poderia deixar na mão seus antigos aliados políticos e amigos pessoais. Trata-se, diz ele, de uma questão de sobrevivência política para os antigos líderes democratas e, por isso, tornou-se indispensável todo apoio a eles num momento em que a permanência no DEM – um partido fragilizado pelos resultados das últimas eleições e por evidentes divisões internas – acabou ficando inviável, especialmente para Kassab, que tentou, sem sucesso, outras alternativas para trocar de partido. Mas se Bertaiolli demonstrou lealdade e firmeza em relação aos velhos aliados, também abriu um flanco aparentemente perigoso no relacionamento com o governo estadual. Candidato natural à reeleição, o governador Geraldo Alckmin já sabe que poderá ter Kassab como adversário em 2014. Assim como seus aliados. Bertaiolli está, portanto, numa espécie de fio da navalha, pois terá de dar explicações a Alckmin sobre sua decisão e, ao mesmo tempo, tentar convencê-lo de sua lealdade ao atual governo. Resta saber como Alckmin reagirá a tal situação. Afinal, o prefeito precisa mais do governo estadual que o contrário. Ainda é cedo para se dizer até onde chegarão os efeitos da criação do novo partido. O tempo ficará encarregado disso. Política, dizia o velho político mineiro, é igual nuvem: você olha, está de um jeito e quando olha de novo, já mudou completamente. A princípio, a situação do prefeito é delicada. Resta esperar as reações de Alckmin para se avaliar até onde poderão chegar os desdobramentos da criação do PSD.

Fonte:O Diário de Mogi