segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

INFORMAÇÃO: Folclore Político (CXXV) A campanha no Litoral

23 de fevereiro de 20203 min. - Tempo de leitura
Darwin Valente
Darwin Valente
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Eleições municipais de 1982. Contra os candidatos do PMDB – Rubens Magalhães, Machado Teixeira e Aécio Yamada – , avalizados pelo empresário e candidato a deputado estadual, Jacob Lopes, o grupo do PDS se armou com nomes de grande peso político na cidade: o empresário Chico Nogueira, o sindicalista e agricultor Junji Abe e o ex-prefeito Osvaldo Regino Ornelas. A campanha mal havia começado e um desencontro na legenda situacionista levou o já veterano Ornelas a desistir de sua candidatura. Para substituí-lo foi chamado um ex-vereador, Nicolau Lopes de Almeida, pouco comprometido com o partido, à época. A disputa era palmo a palmo, já que do lado peemedebista, havia Franco Montoro como candidato a governador, que viria a ser o grande fenômeno eleitoral daquele ano. Os aliados de Waldemar Costa Filho – que, estrategicamente, se colocou fora da campanha para não ter de apoiar um ou outro candidato de seu grupo – promoviam ações avassaladoras em busca dos votos e justamente quando a disputa entrava na reta final, Nicolau simplesmente desapareceu de cena. Procura daqui, procura dali, e… nada. Ele só voltou a dar as caras por aqui às vésperas da eleição. Havia adoecido, desculpou-se. Mais tarde, no entanto, descobriu-se que Nicolau, devidamente patrocinado por Jacob Lopes, havia passado todo aquele tempo nas belas praias de Maranduba, no Litoral Norte. Sua votação fez falta para equilibrar as forças. Como valiam os votos de legenda, a soma dos sufrágios dados ao PMDB acabou elegendo o desconhecido promotor público, Antonio Carlos Machado Teixeira. Os pedessistas jamais perdoaram Nicolau.

Água fria

A vitória peemedebista na cidade não foi somente resultado das “férias” de Nicolau. O dentista Miguel Nagib, vice de Junji Abe naquela campanha, conta que, acompanhados das esposas Joana e Elza, os dois foram uma festa do sukiaki, no Cocuera. Buscando ser cordial com a jovem nissei que os atendia à mesa, Junji lhe perguntou se poderia contar com o voto dela. “Não, vou votar no doutor Machado”, disse a moça, rasgando sinceridade. Mulheres e maridos entreolharam-se. Ali, a campanha já estava perdida.

Mulheres…

Presidente do PSDB, Cuco Pereira era novamente candidato a vice de Marco Bertaiolli, nas eleições de 2012, quando já vigorava a legislação de cotas para mulheres. E como era difícil arregimentá-las, pediram ajuda da diretora de Ensino. Cuco e Bertaiolli logo extrapolaram as cotas. Mas temendo o PT, o governo tucano baixou uma medida que, indiretamente, ameaçava as professoras-candidatas. Em questão de horas, todas desistiram, a poucos dias do pleito. E lá se foram os dois, novamente, quase em desespero, à caça de novas candidatas.

Macaco Lino

O prefeito Marcus Melo recebeu, nesta semana, em seu gabinete, um grupo de pastores evangélicos que foi oferecer uma série de atividades culturais para a cidade, entre elas, uma peça teatral infantil denominada “Macaco Lino”. Por via das dúvidas, levaram o boneco, estrela da peça, para Melo conhecer. Só não contavam que lá encontrassem o vereador Antonio Lino. Ele se entusiasmou tanto com o macaco que fez a questão de ser fotografado, ao lado do prefeito, com seu xará no colo.

Três em uma Contam que uma velhinha foi ao cemitério visitar o túmulo de seu falecido esposo. No caminho lê as lápides que vai encontrando, até que resolve parar em frente de uma que diz: “Aqui jaz um político, um homem honrado, um homem íntegro”. A velhinha imediatamente fez o sinal da cruz e disse, assustada: “Virgem Santíssima! Só podem ter enterrado três homens na mesma cova!”

Tem uma boa história do folclore político da região para contar? Então envie para: darwin@odiariodemogi.com.br

Fonte:O Diário de Mogi