segunda-feira, 28 de outubro de 2019

LUTA: Jefferson Leite detalha o papel do Centro de Bem-Estar Animal de Mogi

8 horas atrás6 min. - Tempo de leitura
Natan Lira
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LACUNA jefferson de Araújo Leite tem se mobilizado para a cidade ter um Cetas a fim de complementar o atendimento a animais. (Foto: Elton Ishikawa)
Uma cidade desenvolvida é aquela que oferece assistência para todos os que nela vivem, desde crianças a idosos, mas também aos animais. Há três anos, Mogi das Cruzes recebeu um Centro de Bem-Estar para o pronto atendimento de cães e gatos da população de baixa renda. A Câmara Municipal também aprovou e sancionou uma lei que proíbe fogos de artifício com barulho na cidade, a fim de garantir que os animais, assustados, não fujam ao som dos rojões. O Diário ouviu defensores dos bichos para entender o que ainda falta para melhorar a estrutura, como o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

O veterinário Jefferson Renan de Araújo Leite detalhou que o Centro de Bem-Estar Animal oferece o pronto atendimento para os cães e gatos, por meio de consultas, exames e cirurgias. “Claro que sempre vai ter uma deficiência, porque alguns casos são mais complexos. Mas acredito que hoje ele faça até mais do que foi estruturado, porque a gente sabe que muita gente que tem condições de pagar pelo serviço leva até lá”, conta.

Em relação ao Centro de Controle de Zoonoses, ele lembra que o órgão tem por objetivo manter a saúde pública da cidade, como o controle de raiva e outras doenças transmitidas por animais. Mas muita gente ainda confunde como se fosse para fazer resgate ou levar animais abandonados. “A gente ainda acaba fazendo esse tipo de atendimento, mas a cidade deveria prover outro serviço para atender a esses casos”, detalha.

Mas, para o veterinário, a maior demanda da cidade é o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). De janeiro até a última semana, 160 animais dessa categoria foram atendidos por ele, e em alguns casos não existe a estrutura necessária para dar continuidade ao tratamento, então ele é encaminhado a outros equipamentos. Leite chegou a levar até o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) a proposta desse equipamento atender a nível regional, já que a maior parte das cidades da região tem sua área verde.

“A instalação seria a parte mais cara, que chegaria a R$ 2 milhões, mas o custeio mensal não ultrapassa os R$ 100 mil. É uma forma de protegermos a nossa fauna. Estamos numa das poucas regiões do estado que ainda mantêm Mata Atlântica preservada”, ressalta.

Só na última quinta-feira, o veterinário atendeu a um tatu que foi atropelado, um sabiá-do-campo atingido por algum objeto após cair do ninho, um ouriço machucado e um tucano com a asa ferida.

A vereadora Fernanda Moreno (PV) reconhece a importância do Cetas em Mogi, mas acredita que por se tratar de um equipamento geralmente custeado pelo governo federal – que atualmente parece não ter o meio ambiente no seu radar – que a instalação dele nos próximos anos fica comprometida. Por conta disso, ela sugeriu ao prefeito Marcus Melo (PSDB) a criação de um Centro Permanente de Reabilitação de Animais Silvestres.

“Hoje o doutor Jefferson acolhe todos esses animais, mas a gente sabe que falta a estrutura necessária. Temos duas universidades que com certeza gostariam de fazer parcerias, e por que não implantar o equipamento em um dos prédios públicos que a cidade tem e não estão sendo utilizados? Eu estou brigando por isso e fiz uma indicação ao prefeito”, ressaltou.

Fernanda também é a autora do projeto de lei que foi aprovado e sancionado pela Câmara Municipal, que proíbe o uso de fogos de artifícios com barulho na cidade. A legislação já está em vigência desde o último dia 18. O valor da multa é de R$ 2.611,00.

Agora, a vereadora trabalha para melhorar o serviço de castração na cidade. Segundo ela, na renovação do contrato da Prefeitura com o Centro de Bem-Estar Animal, o valor do repasse foi aumentado em R$ 25 mil, mas reduziu a quantidade de castração. Agora o serviço é oferecido por meio de um convênio com uma clínica particular da Vila Nova Cintra, em Braz Cubas. “A minha ideia é de que a prefeitura faça mais convênios com clínicas, porque assim descentraliza o serviço.Para se ter ideia, só com essa clínica, de janeiro a julho deste ano aumentou em 70%, e chega a custar menos do que o que é gasto com o Pet Móvel hoje”, diz.

De acordo com a vereadora, o Pet Móvel atende hoje entre três ou quatro bairros por ano. Com as faltas aos agendamentos para castração, segundo Fernanda, o valor médio de uma castração sai na média de R$ 200 ao município pelo Pet, enquanto no convênio esse valor é de R$ 120 para cães e R$ 80 para gatos.

Centro de Bem-Estar Animal é pioneiro no Alto Tietê

Desde que foi implantado, em setembro de 2016, o Centro de Bem-Estar Animal já realizou 203.062 procedimentos entre consultas, cirurgias de castração, além de outras cirurgias, exames diagnósticos, aplicações de medicamentos ou soro, procedimentos variados como curativos, transfusões, oxigenoterapia, sondagem e atendimentos oncológicos.

O equipamento começou a funcionar com exclusividade e pioneirismo em nossa Região pela Prefeitura de Mogi das Cruzes em 2016 e é mantido exclusivamente com recursos próprios. Oferece atendimento clínico e cirúrgico gratuito para cães e gatos de proprietários mogianos. De acordo com a prefeitura, as castrações hoje são realizadas, além da clínica conveniada, via o Centro de Controle de Zoonoses e Pet Móvel.

Em janeiro deste ano, a equipe do CCZ está em todas as edições do Bairro Feliz com orientação sobre posse responsável, agendamento de castração e aplicação de vacina antirrábica. Até o momento, já foram aplicadas 4.681 vacinas antirrábica e 1.115 registros nesses eventos.

Em relação ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), a Prefeitura de Mogi informou que a instalação do equipamento exige um investimento significativo e não há previsão de se implantar este serviço no município, pelo menos por enquanto. “Sempre que há ocorrências relacionadas a animais silvestres, as secretarias municipais da região ligadas ao verde e meio ambiente acionam o Governo do Estado e acompanham de perto todos os desdobramentos de cada caso. Isso tem garantido uma gestão eficiente nesta área e destaque no cuidado e respeito à fauna”, destacou a nota enviada à O Diário.

Fonte:O Diário de Mogi