domingo, 29 de setembro de 2019

PROBLEMAS: Distrito industrial do Taboão, em Mogi das Cruzes, ainda espera investimento

19 horas atrás4 min. - Tempo de leitura
Natan Lira
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ÁREA Taboão conta com 50 indústrias, sendo que 10 delas estão em processo de instalação. (Foto: arquivo)
Um dos principais distritos industriais do Estado de São Paulo, o Taboão, em Mogi das Cruzes, ainda espera por investimentos do poder público para atrair empresas. A localização logisticamente privilegiada perde força frente à falta de acesso à rodovia Ayrton Senna e também de código postal para recebimento das correspondências. Atualmente, com cerca de 50 indústrias – dez delas em processo de instalação -, o local tem apenas 15% da área utilizada.

O presidente da Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab), Osvaldo Baradel, avalia que o impacto causado sobretudo pela carência desses dois recursos deixa de atrair novas indústrias ao local e, consequentemente, de gerar mais emprego na cidade. “Só a localização privilegiada não atrai as empresas, mas é um recurso que a gente pode explorar, junto com os demais, para chamar a atenção”, destaca.

Segundo Baradel, um grupo de empresários conseguiu o CEP para algumas ruas, mas em processos demorados e todos há mais de três anos. Desde então, nenhuma solicitação avançou com a estatal. “Os Correios alegam que a área é agrícola e que uma caixa comunitária resolveria a situação, mas uma indústria não pode depender de caixa comunitária. Solicitamos nova reunião e estamos esperando a data”, explicou.




SITUAÇÃO Osvaldo Baradel aponta carência de recursos. (Foto: arquivo)
Em nota, os Correios informou que o modelo de distribuição no local é feito parte na AC Mogi das Cruzes, com retirada pelos clientes, e parte com entrega em três caixas postais comunitárias, situadas nos seguintes endereços: estrada do Taboão, km 8; estrada do Taboão, km 25, e rua Minas Gerais, 32.

“Esses critérios de distribuição seguidos pelos Correios obedecem à Portaria Interministerial 4.474, de 31/08/2018. Diante de nova contestação, representantes dos Correios se reunirão novamente com a Agestab para esclarecer os fatos. Lembramos que já houve reunião com representante da Agestab no dia 17 de julho, quando foi acertado levantamento de logradouros a serem acrescentados no sistema de dimensionamento dos Correios. O projeto encontra-se em andamento com previsão de encerramento até o final de 2019”, destacou o texto da estatal.

Neste ano, a Agestab completou 15 anos de atividade e a principal e mais desafiadora demanda da associação não sai da promessa de diversos políticos que passaram pelo Governo do Estado, que é a implantação de um novo acesso para o polo industrial a partir do km 51 da rodovia Ayrton Senna da Silva, nas proximidades das empresas Auricchio Indústria e Comércio de Metais (chumbo) e Ecus Injeção Ltda. Na gestão de João Doria, o governo garantiu o acesso, mas diz realizar estudos para verificar a viabilidade de fazê-lo no citado acesso, ou então construir uma marginal com saída quilômetros antes.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que o projeto passa por análise técnica.

Segundo Baradel, uma das contrapartidas exigidas pelo Estado é a pavimentação das estradas Yoneji Nakamura e Mauro Auricchio, o que está em fase de processo na Prefeitura. “Já há a verba de R$ 8,2 milhões com a Prefeitura e a obra foi liberada pelo DER. Há 15 dias foi apresentado o projeto em vias de ficar pronto. Então, até o final do ano, a licitação deve ficar pronta e acredito que no começo do próximo ano essa etapa da pavimentação esteja concluída”, explica.

A Prefeitura de Mogi informou que, em conjunto com a Agestab, apresentou o projeto de pavimentação ao DER, que solicitou algumas alterações de ordem técnica. “As mudanças já foram feitas e a Prefeitura está finalizando a planilha, procedimento que antecede a abertura de licitação”, detalhou.

Por fim, Baradel avalia que as últimas conquistas da Agestab para o distrito vieram por meio de conversa com empresas privadas. Uma delas no ano passado, com a 76 Telecom, que instalou duas redes de fibra óptica de internet, para caso uma apresente problema – como a queda de árvore -, a outra mantenha o serviço. “A gente também conseguiu com a EDP um reforço na rede elétrica, que evita a queda de energia, porque antes caia sempre e isso gera prejuízo ao empresário, que precisa reiniciar todas as máquinas”, explica.

Fonte:O Diário de Mogi