quarta-feira, 17 de julho de 2019

RISCO: Cresce número de animais silvestres mortos em Mogi das Cruzes

7 horas atrás4 min. - Tempo de leitura
Natan Lira
Natan Lira
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FATAL Jaguatirica foi encontrada na Estrada da Pedreira, e pode ter sido vítima de atropelamento. (Foto: divulgação)
O veterinário Jefferson Renan de Araujo Leite, do Centro de Controle de Zoonoses de Mogi das Cruzes, realizou na manhã desta terça-feira, exames de necrópsia em dois animais silvestres encontrados mortos na cidade: uma jaguatirica e uma capivara. Além de determinar a causa da morte dos dois, o durante o procedimento foram retiradas amostras da partes dos animais para verificar se eles estavam infectados com alguma doença.

A jaguatirica estava na Estrada da Pedreira, próximo ao condomínio Aruã. O veterinário recebeu uma mensagem informando que o corpo estava às margens da pista e o recolheu. Durante o exame, foi constatado que ela morreu por conta de hemorragia torácica e de pulmão, causadas pelo impacto, que o médico acredita ter sido um atropelamento.

“A gente já sabia da ocorrência deste tipo de animal ali na serra, mas não deixa de ser uma perda muito importante, porque qualquer animal que é retirado assim do meio ambiente causa um desequilíbrio na cadeia. Era uma fêmea, jovem, que ainda não tinha pegado nenhuma cria”, ressaltou o veterinário.

Ele diz que esse tipo de acidente geralmente ocorre porque quando são construídas as vias, não é providenciado a construção de corredores ecológicos que permitam o trânsito das espécies silvestres. Sem essas passagens, quando eles estão em busca de comida, eles cruzam as estradas. “Provavelmente isso aconteceu de madrugada. É um animal rápido, às vezes, o motorista não tem tempo nem de desviar. Pela falta de conhecimento, as pessoas também ficam com medo de socorrer”, diz.

Já a capivara morreu de uma infecção nas costas em decorrência de um buraco aberto por um tiro. Segundo o veterinário, o ferimento criou o que eles chamam de “bicheira” que evoluiu para uma infecção. “Há cerca de um mês, encontramos outra que havia sido ferida na cabeça. Eu acredito que seja caça, mas na hora o animal consegue fugir, mas depois fica sofrendo até que morre. É importante ressaltar que isso é crime ambiental, porque se trata de um animal silvestre”, destaca o veterinário.


CAÇA Segundo Jefferson Leite, capitava recebeu tiro nas costas. (Foto: divulgação)
Também há um mês, Leite encontrou uma capivara morta no Mogilar. A análise inicial indica que a morte pode ter sido por tuberculose. Uma amostra do animal foi enviada para São Paulo, a fim de confirmar se ela realmente estava com a doença. “Fica também o alerta para os perigos de comer carne de caça. Esses animais podem estar infectados por outras doenças, por isso a gente sempre envia o material para análise”, ressalta.

Onça-pintada circulou em Apiaí

Circula pelas redes sociais a imagem de uma onça-pintada com um texto que diz que o animal foi flagrado por agentes da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) na rodovia Mogi-Bertioga (SP 098), na sexta-feira dia 12 de julho. No entanto, há que se observar que a via é de jurisdição do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), e não da Dersa. Além disso, apesar de o cenário ser semelhante ao da Serra do Mar, o registro foi feito às margens da rodovia Sebastião Ferraz de Camargo Penteado (SP 250), na altura do quilômetro 295, no município de Apiaí, no Vale da Ribeira, em São Paulo.

No registro feito por um motorista que passa pela estrada é possível ver a movimentação da onça, que foge para dentro da mata fechada após a aproximação do veículocm. O portal G1 conversou com o dono da propriedade onde o animal estava. Ele ficou surpreso, porque nas quatro décadas que habita naquela região, já ouviu falar sobre a presença da espécie, mas nunca visto algo que comprovasse.

A onça-pintada está classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais (IUCN). Uma equipe da Polícia Ambiental foi até o local do registro, segundo a reportagem, mas não encontrou mais o animal

Fonte:O Diário de Mogi