quarta-feira, 3 de julho de 2019

esclarecimento: Moro justifica que não orientou procuradores em diálogo vazado

Ministro tentou explicar em audiência que, mesmo se verdadeiras, as comunicações não representariam crimes
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Ministro voltou a prestar esclarecimentos ontem ao Congresso sobre o vazamento de conversa com procurador
Apesar de seguir sem reconhecer a autenticidade de mensagens atribuídas a si mesmo em supostos diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tentou explicar e demonstrar em audiência na Câmara dos Deputados que, mesmo se verdadeiras, as comunicações não representariam crimes. "São coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico", disse
Moro leu, por conta própria, o diálogo que consta nas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil envolvendo a atuação da procuradora da República Laura Tessler, e afirmou que não havia ali qualquer sugestão de que ela fosse substituída, ao contrário do que afirmado por deputados da oposição.
"Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem", leu o ministro sobre o diálogo que ele não reconhece. "Tem aqui pedido de substituição? Aqui não tem!", afirmou Moro, acrescentando que "pessoas têm direito a opinião, mas não têm direito a seus próprios fatos".
A afirmação de que Moro orientou a substituição da procuradora Laura Tessler porque ela não estava se saindo bem em audiências com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de deputados como Erica Kokay (PT-DF). "É trivial orientar substituição de procurador", disse Kokay, citando um termo (trivial) que o ministro usou mais cedo na sessão ao dizer que os conteúdos - se verdadeiros - não eram fora do comum.
Dallagnol
O procurador da República Deltan Dallagol, chefe da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, foi convidado para responder a questionamentos na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e ainda não deu resposta, segundo o deputado Helder Salomão (PT-ES), que preside a comissão.
Salomão citou o convite a Dallagnol durante sua fala na audiência na Câmara dos Deputados com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, iniciada por volta das 14 horas de ontem.

Fonte:Mogi News