terça-feira, 23 de outubro de 2018

SITUAÇÃO: João Doria e Márcio França falam da Estrada do Pavan, que ainda espera obra

12 horas atrás7 min. - Tempo de leitura

Eliane José

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Precariedade da vicinal, que aguarda pela duplicação, continua colocando em risco a vida de motoristas e pedestres. (Foto: Eisner Soares)
Há 13 anos, Mogi das Cruzes espera uma definição do Governo do Estado sobre a duplicação da Estrada do Pavan e a interligação desse acesso à Rodovia Mogi-Dutra, na altura do Jardim Aracy. O esqueleto inacabado das alças no primeiro viaduto da estrada e que ligariam as duas vias, é visto por quem chega ou deixa a Cidade.

A estrada é uma alternativa insegura, de mão de única e bastante precária. Não raro, acidentes são registrados no local, que não possui acostamento para os pedestres e liga a Mogi-Dutra à Via Perimetral, entre o Jardim Aracy e a Volta Fria.

Desde a entrega da obra da Mogi-Dutra, em 2005, três prefeitos municipais (Junji Abe, Marco Bertaiolli e Marcus Melo) já colocaram debaixo dos braços um projeto feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o apresentaram aos governadores que ocuparam o Palácio dos Bandeirantes, na tentativa de obter recursos financeiros para tocar a obra. Até agora, os pedidos não tiveram êxito.



A melhoria da Estrada do Pavan irá atender ao tráfego pesado, obrigatoriamente desviado por ali, por uma questão de segurança (veja retranca) e aos usuários que passam por Mogi das Cruzes a caminho de Bertioga, além dos que seguem para as regiões de Braz Cubas e Jundiapeba.

Ali, a preferência, no entanto, é para os caminhões pesados, que precisam obrigatoriamente de desviar pela via.

A obra é estimada em R$ 15 milhões, segundo conta o secretário municipal de Transportes, José Luiz Freire de Almeida.

Para ele, a duplicação iria melhorar a mobilidade urbana, principalmente porque ordenaria o tráfego no sentido à Perimetral e Bertioga, e também estabeleceria um novo acesso para o retorno dos turistas do litoral.

Esse “trânsito estrangeiro” impacta negativamente no comportamento do tráfego de veículos na malha viária municipal, especialmente nos finais de semana, feriados e férias. Mas, ali, recebe também um grande número de veículos municipais.

“Se o governador quiser, esse é um café pequeno”, afirma Almeida, fazendo uma comparação com intervenções viárias pendentes e bem mais caras.

A Estrada do Pavan, na identidade Rua do Evangelho Pleno, possui cerca de 1,5 quilômetro entre a Mogi-Dutra e a rotatória da Via Perimetral.

Durante a duplicação da Mogi-Dutra, o prefeito Junji Abe foi um dos que mais insistiu na melhoria da rota. Chegou a falar, inclusive, numa tentativa de parceria, em que o governo municipal arcaria com os valores das desapropriações, e o Estado faria a obra. O argumento de Mogi das Cruzes é que a Estrada do Pavan atende um grande volume de carros por interligar a Mogi-Bertioga e a Mogi-Dutra.

Várias tentativas de se obter o investimento foram feitas ao longo desses últimos anos para a conclusão das alças previstas originalmente no projeto de duplicação da Mogi-Dutra. A conclusão melhoraria, ainda, o comércio daquela região que passaria a contar com um retorno.

Além disso, os grandes beneficiários, no entanto, seriam mesmo os moradores das redondezas que vivem inseguros e temem pela vida de todos os que fazem o caminho a pé. Estudantes que residem por ali precisam cruzar a Estrada do Pavan e a Mogi-Dutra, porque a escola pública está localizada no Jardim Aracy.

A entrada de caminhões na Estrada do Pavan é perigosa. E os acidentes foram reduzidos com a instalação de um radar, mais recentemente.

O secretário José Luiz afirma que o prefeito Marcus Melo (PSDB) tem pedido a obra ao Governo do Estado. “Nós sabemos que Mogi das Cruzes é muito grande, e que há muitas demandas. O governo atende as demandas prioritárias. Mas, essa região poderá ter a mobilidade muito melhor”.

A duplicação da Estrada do Pavan seria alavanca para outras conquistas, como o uso da Estrada da Volta Fria, como ligação entre a região da Ponte Grande e o Distrito de Jundiapeba. Mas, isso, também dependeria de mais investimentos no asfaltamento da vicinal, uma das mais precárias da malha rural de Mogi das Cruzes.

Caminhões desrespeitam proibição
O retorno obrigatório dos caminhões pela Estrada do Pavan foi adotado num dos desdobramentos de um dramático conflito do trânsito vivido em Mogi das Cruzes. Nos anos 1990, uma série de acidentes provocados por caminhões no início da Rua Cabo Diogo Oliver, na Ponte Grande, resultou em grandes manifestos populares que exigiram uma solução para o drama dos moradores que perderam parentes e amigos.

Os caminhões desciam da Mogi-Dutra sem freios ou com outros problemas mecânicos, destruíram casas e muros nesse trecho inicial da via. Foram registrados mortes fatais provocadas pelos acidentes. A repetição da tragédia mobilizou os moradores, políticas e até lideranças religiosas – os acidentes ocorriam ao lado da Paróquia da Santa Cruz -, que forçaram a Prefeitura a tomar a providência.

Nasceu, assim, a determinação sobre a passagem obrigatória dos caminhões pela Estrada do Pavan, com exceção dos que entram e saem de uma empresa de transportes, existente também nesse trecho da Rodovia Mogi-Dutra.

Com o passar do tempo, o crescimento do transporte de carga e do trânsito mogiano voltou a colocar o acesso na berlinda. Caminhões em alta velocidade passaram a tombar na Estrada do Pavan. Um radar eletrônico conteve a gravidade dos acidentes, porque passou a forçar o motorista a reduzir a velocidade.

A fiscalização também foi reforçada. Porém, ainda assim, há motorista que descumpre a ordem e acaba descendo pela Mogi-Dutra.

Doria garante benefícios para vicinais
“A Estrada do Pavan será incluída em um amplo programa que faremos para revitalizar as estradas vicinais do Estado. Vamos melhorar as condições de asfalto e sinalização, beneficiando o transporte de cargas e o trânsito da população desta região. Com isso, vamos possibilitar que as cargas de hortaliças, frutas e flores da região cheguem ao seu destino com menos perda de mercadoria por causa de buracos nas estradas.

Fundamentalmente, o financiamento para este programa será do Estado, pois há recursos disponíveis de recuperação e asfaltamento das estradas vicinais. Em alguns casos específicos, de estradas vicinais maiores, que estiverem próximas de rodovias concessionadas, e cujas concessões estiverem ao final, isso vai acontecer majoritariamente em 2019 e 2020, as estradas vicinais serão incorporadas no programa de expansão do período de concessão, para que o setor privado, que já explora determinada rodovia, possa fazer também a recuperação asfáltica, sinalização e manutenção dessas estradas vicinais. Com gerenciamento de recursos e apoio da iniciativa privada, podemos resolver muitos problemas que afligem a população do Estado”. João Doria é candidato a governador pelo PSDB

França tem plano para melhorar vias
“Eu sempre me coloco à disposição dos municípios para resolver os problemas locais, até porque o cidadão não quer saber se o problema é municipal, estadual ou federal, ele quer a solução. Tenho dito isso de forma reiterada: serei o melhor parceiro que as prefeituras já tiveram. Já estive nessa posição e sei a angústia que é querer fazer as coisas e não dispor de verbas para isso. Portanto, estaremos ao lado dos municípios para os pequenos e grandes projetos.

Em 2006, um projeto executivo chegou a ser elaborado, porém a obra não foi autorizada. É preciso ter vontade política e experiência para resolver e eu conto com os dois. Quem me conhece sabe que essa é uma de minhas características. Eu ponho ideias em prática, eu sei e gosto de resolver problemas.

Queremos facilitar o acesso às principais vias e aumentar a segurança dos usuários que trafegam por elas, como vamos fazer na duplicação da Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, duas importantes obras que trarão mais desenvolvimento à Região. O Estado tem mais de 1.000 obras em andamento e não vou parar nenhuma delas, não é porque não fui eu ou alguém do meu partido que a começou que irei parar”. Márcio França é candidato a governador pelo PSB

Fonte:O Diário de Mogi