segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Braz Cubas, um Distrito com status de Cidade 1 de outubro de 2017 QUADRO DE

1 de outubro de 2017  QUADRO DESTAQUE  
Braz Cubas abriga cerca de 120 mil habitantes, 130 bairros e loteamentos. (Foto: Edson Martins)
Braz Cubas abriga cerca de 120 mil habitantes, 130 bairros e loteamentos. (Foto: Edson Martins)

LARISSA RODRIGUES
Os moradores de Braz Cubas se mostram satisfeitos com a infraestrutura e os serviços ofertados no Distrito, que abriga cerca de 120 mil habitantes. Para muitos deles, é o lugar ideal para se morar em Mogi das Cruzes. Com aproximadamente 130 bairros e loteamentos e, mesmo com o constante progresso, é capaz de manter o espírito de comunidade e humanidade.

O comércio, o serviço público e os investimentos no local fazem com que as poucas coisas que ainda faltam por lá sejam até mesmo esquecidas pela população local. Em dezembro a “capital de Mogi” – como é chamado por alguns – completa 64 anos e muitos destes mogianos acompanharam este crescimento do Distrito desde o seu início.


Maria da Paixão Santos é um exemplo de moradora que vem vivenciando esta evolução e que garante: não troca o Distrito por outro lugar. Aos 61 anos de idade, já está no local há 50. Atualmente, ela trabalha em uma papelaria no centro de Braz Cubas, mas mora na Vila Lavínia. “Quando me mudei para cá só tinha mato para todo lado. Hoje cresceu muito e eu gosto. Aqui é muito maior até mesmo que outras cidades. Já tentaram, inclusive, me convencer de mudar, mas eu não troco de bairro, principalmente o que eu moro. Não sei nem se mudaria de estado caso me oferecessem”, brincou ela.

Maria tem razão. Se comparado aos municípios de todo o Alto Tietê, o Distrito apresenta uma densidade populacional maior que Poá, Arujá, Santa Isabel, Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis. A mogiana diz que nem precisa sair de Braz Cubas para comprar algo. “Geralmente o que procuro aqui, encontro aqui. As lojas aumentaram muito e eu acho que não falta nada”, afirmou.

Já para Maria Emília Leal Martins, 63 anos, que também não dispensa elogios ao lugar, o que poderia agregar ainda mais aos moradores seria uma loja grande de eletrodomésticos. “Se precisamos comprar um celular, por exemplo, temos a necessidade de ir ao centro de Mogi. Também faltam artigos de cama, mesa e banho. Fora isso está tudo ótimo”, comentou ela, que é proprietária da loja de roupas Esquina da Moda, há 25 anos.

A comerciante acredita que os serviços ofertados também são satisfatórios. “Temos hoje o Hospital Municipal que é muito bom e que atraiu muita gente para cá. E, além disso, desde que colocaram o PAC aqui, conseguimos resolver nossos problemas com muito mais facilidade”. O Pronto-Atendimento ao Cidadão, que é de responsabilidade da Prefeitura, oferece serviços como segunda vias de contas do Semae, Procon, Cartão Saúde Municipal, elaboração de currículos e também fornece informações sobre ISS e IPTU.

Além do Hospital Municipal Prefeito Waldemar Costa Filho, o Distrito abriga as Unidades Básica de Saúde (UBS) de Braz Cubas, Vila Jundiaí e Santa Tereza; mais quatro unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), sendo elas no Jardim Aeroporto II e III, no Jardim Planalto e no Jardim Layr; o Pronto Atendimento (PA) do Jardim Universo; a Base Descentralizada da Cure em Braz Cubas; a UnicaFisio e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Oropó.

No quesito educação, são 29 escolas municipais, incluindo a Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) e quatro creches, além de outras 32 unidades subvencionadas.




Se os serviços oferecidos pela Prefeitura são o suficiente para os moradores do local, Hilio Keiti Kuroda acredita que ainda falta por lá um restaurante que agrade a todos. Por isso, o dono da Padaria Jolie, estabelecido há 31 anos no Distrito, já está investindo nessa lacuna.

“A intenção é oferecer comida por quilo e com muita qualidade, para que os clientes sempre queiram voltar”, explicou. Ele finaliza afirmando que o que tem no Distrito hoje – como agências bancárias, lotéricas e mercados – já é o suficiente.

Paixão reivindica alguns serviços
Advogado, proprietário da Imobiliária Paixão e pastor da Aprisco Comunidade Evangélica. Joaquim Paixão, 77 anos, não apenas mora em Braz Cubas, mas busca viver o Distrito. Para ele, o melhor nisso tudo é poder caminhar pelas ruas do lugar e encontrar conhecidos por onde vai. Ele acredita que os cerca de 120 mil habitantes consigam ainda manter a amizade.
Paixão: 'É o melhor lugar para se morar em Mogi'. (Foto: Edson Martins)

Paixão: ‘É o melhor lugar para se morar em Mogi’. (Foto: Edson Martins)

Paixão abriu um dos primeiros escritórios de advocacia do local, em 1972. Ele ainda mantém alguns clientes desta época. “Se eles continuam comigo, acredito que seja porque confiam no meu trabalho. Mesmo depois de todo esse tempo, nos encontramos na rua. Não preciso mudar de calçada, temos uma conversa agradável. Olhando olhos nos olhos. Não tem nada melhor que isso”, contou ele, que mora em Braz Cubas desde 1965.

O advogado lembra que em todos estes anos, o Distrito tem crescido bastante e afirma que é o melhor lugar para se morar em Mogi das Cruzes. “Filiais de lojas grandes chegaram por aqui e fazem sucesso, também temos fábrica, o Hospital Municipal e muitas outras coisas. Mas eu acho que ainda faltam alguns serviços”, ponderou.

Junto ao movimento Braz Cubas em Ação, o qual integra, Paixão reivindica algumas coisas. Entre elas, a instalação de uma unidade do Bom Prato no Distrito. Com a passagem de ônibus custando R$ 4,20 fica difícil para os distritais usufruírem do serviço no Centro de Mogi. “Uma pessoa que tem R$ 8,20 para as passagens de ida e volta e mais R$ 1 para o almoço, não precisa ir até lá comer. E a pé também não dá”, exclamou.

A emancipação de Braz Cubas é uma utopia, segundo o advogado. Mas ele acredita que o lugar tem espaço para muitos equipamentos. Um outro problema apontado por ele, é a falta de estacionamento próximo à Estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os usuários da Linha Coral costumam parar o carro nas ruas do entorno, ocupando vagas que poderiam ser destinadas àqueles que vão ao comércio da região. Por isso, ele luta para a construção de um estacionamento ao lado da Estação.

‘É realmente a capital de Mogi’
Administrador Regional de Braz Cubas desde 2001, Evanildo Ferreira tem a oportunidade de acompanhar de perto tudo o que acontece no Distrito. Além disso, ele é morador do local desde 1978. Em todo este tempo, ele acredita que o crescimento populacional tenha sido fundamental para que o investimento por parte da Prefeitura acontecesse.

Ferreira destaca o apoio da Comunidade nas ações. (Foto: Edson Martins)

Ferreira destaca o apoio da Comunidade nas ações. (Foto: Edson Martins)

“Devido ao grande número de moradores, as autoridades investem bastante aqui. E não só os serviços, mas como todos os setores financeiros começaram a se instalar em Braz Cubas. Isso nos ajuda muito e torna o local importante. O Distrito é realmente a capital de Mogi”, falou Ferreira. Ele acredita ainda que esta denominação vem acompanhada de características próprias. “As coisas aqui apenas dão certo porque por mais que tenha bastante gente, contamos com o apoio contínuo da comunidade. Temos a nossa identidade, que independentemente de crescimento, nunca perdemos”.

Destacando o Hospital Municipal como uma referência para todo o Brasil e como o melhor serviço de Braz Cubas, Ferreira acredita que a Administração Municipal possa investir ainda mais por lá. Na opinião dele, o que falta ao Distrito é um centro cultural, para que os moradores possam contemplar a arte de uma maneira geral, além de ser um local destinado às apresentações de escolas e também para o encontro de entidades.

Sobre as reclamações que vêm escutando dos moradores, o administrador regional diz que não são problemas muito alarmantes. “Eu acredito no trabalho do atual prefeito, Marcus Melo, e ele vem se esforçando para ajeitar as coisas e deixar tudo mais bonito. O que ainda reclamam é de bueiros entupidos, da falta de sinalização, do lixo nos córregos. Coisas deste tipo, que são corriqueiras”, minimizou.

Ferreira considera que Braz Cubas seja uma cidade dentro de outra cidade e, por isso, acredita que seja seu papel conscientizar a população para questões ambientais. Ele incentiva o uso inteligente da água, para que os moradores do Distrito façam a reutilização, evitando o desperdício.

 Fonte:O Diário de Mogi