quarta-feira, 20 de julho de 2016

Moro diz que Câmara despertou para o combate à corrupção

Para o juiz, acordo entre deputados põe a Casa em sintonia com a sociedade
   
POR JAILTON DE CARVALHO 20/07/2016 12:34 / atualizado 20/07/2016 22:03

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato - Jorge William / Agência O Globo / 9-9-2015
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BRASÍLIA - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, disse que a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de votar todos os projetos do pacote de medidas contra a corrupção lançado pela força-tarefa da Lava-Jato deve ser vista como um "despertar" da instituição contra desvios de dinheiro público. Para o juiz, considerado um dos principais responsáveis pelos resultados operação até o momento, o acordo entre Maia e deputados da Comissão Especial para apreciar logo os projetos contra a corrupção põe a Câmara em sintonia com a sociedade.

— A notícia do compromisso da Câmara em deliberar sobre as propostas de enfrentamento da corrupção apresentadas em projeto popular pelo Ministério Público Federal é muito positiva e representa um despertar da instituição para o problema da corrupção sistêmica e uma resposta esperada pela sociedade brasileira — disse Moro ao GLOBO.

Veja também

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebe procuradores e o deputado Onyz Lorenzoni (DEM-RS), que é o relator da comissão sobre medidas de combate a corrupção
Câmara vai priorizar análise de projeto de combate à corrupção
Deputados da comissão que vai discutir o pacote de dez medidas contra a corrupçãoAnálise de dez medidas contra corrupção fica para depois do recesso

O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE)
Governo retarda tramitação de projetos contra a corrupção

O procurador geral da República, Rodrigo Janot, e o procurador da força-tarefa da Lava-Jato Deltan Dellagnol no seminário "Experiência Italiana e Perspectivas no Brasil"
Procuradores divulgam ‘Carta de Brasília’ em defesa de delação e forças-tarefas
As propostas contra a corrupção surgiram de uma iniciativa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público em Curitiba, e de outros procuradores responsáveis pelas investigações sobre corrupção na Petrobras e outras áreas da administração pública. A ideia teve imediato apoio de Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para eles, não basta punir os envolvidos em corrupção na Petrobras. Isso resolveria apenas um problema imediato.

SANGRIA AOS COFRES PÚBLICOS

Moro e os procuradores entendem que são necessárias medidas estruturais para garantir transparência e controle na movimentação de dinheiro público. Consideram também essenciais medidas que facilitem a punição de pessoas ou até mesmo instituições comprovadamente corruptas e a devolução aos cofres públicos de dinheiro desviado. A Lava-Jato quebrou o tabu da impunidade de políticos e empresários influentes. Provou também que é possível recuperar somas expressivas.

Mas, para os investigadores, nada disso é suficiente para estancar, de fato, a sangria dos cofres públicos sem a aprovação do pacote anticorrupção. Entre as propostas do pacote estão a tipificação do crime de caixa dois e do enriquecimento em causa plausível. O pacote também prevê mudanças nos prazos de prescrição de pena. Classifica corrupção como crime hediondo e prevê penas rigorosas, inclusive o fechamento de partidos envolvidos de forma sistêmica com malversação de dinheiro público.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/moro-diz-que-camara-despertou-para-combate-corrupcao-19752135#ixzz4F0CvrLze 
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Fonte:O Globo
Para o juiz, acordo entre deputados põe a Casa em sintonia com a sociedade
   
POR JAILTON DE CARVALHO 20/07/2016 12:34 / atualizado 20/07/2016 22:03

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato - Jorge William / Agência O Globo / 9-9-2015
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BRASÍLIA - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, disse que a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de votar todos os projetos do pacote de medidas contra a corrupção lançado pela força-tarefa da Lava-Jato deve ser vista como um "despertar" da instituição contra desvios de dinheiro público. Para o juiz, considerado um dos principais responsáveis pelos resultados operação até o momento, o acordo entre Maia e deputados da Comissão Especial para apreciar logo os projetos contra a corrupção põe a Câmara em sintonia com a sociedade.

— A notícia do compromisso da Câmara em deliberar sobre as propostas de enfrentamento da corrupção apresentadas em projeto popular pelo Ministério Público Federal é muito positiva e representa um despertar da instituição para o problema da corrupção sistêmica e uma resposta esperada pela sociedade brasileira — disse Moro ao GLOBO.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebe procuradores e o deputado Onyz Lorenzoni (DEM-RS), que é o relator da comissão sobre medidas de combate a corrupção
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O procurador geral da República, Rodrigo Janot, e o procurador da força-tarefa da Lava-Jato Deltan Dellagnol no seminário "Experiência Italiana e Perspectivas no Brasil"
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As propostas contra a corrupção surgiram de uma iniciativa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público em Curitiba, e de outros procuradores responsáveis pelas investigações sobre corrupção na Petrobras e outras áreas da administração pública. A ideia teve imediato apoio de Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para eles, não basta punir os envolvidos em corrupção na Petrobras. Isso resolveria apenas um problema imediato.

SANGRIA AOS COFRES PÚBLICOS

Moro e os procuradores entendem que são necessárias medidas estruturais para garantir transparência e controle na movimentação de dinheiro público. Consideram também essenciais medidas que facilitem a punição de pessoas ou até mesmo instituições comprovadamente corruptas e a devolução aos cofres públicos de dinheiro desviado. A Lava-Jato quebrou o tabu da impunidade de políticos e empresários influentes. Provou também que é possível recuperar somas expressivas.

Mas, para os investigadores, nada disso é suficiente para estancar, de fato, a sangria dos cofres públicos sem a aprovação do pacote anticorrupção. Entre as propostas do pacote estão a tipificação do crime de caixa dois e do enriquecimento em causa plausível. O pacote também prevê mudanças nos prazos de prescrição de pena. Classifica corrupção como crime hediondo e prevê penas rigorosas, inclusive o fechamento de partidos envolvidos de forma sistêmica com malversação de dinheiro público.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/moro-diz-que-camara-despertou-para-combate-corrupcao-19752135#ixzz4F0CvrLze 
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Fonte:O Globo