17 de julho de 2016 Comentários (0) Cidades, QUADRO DESTAQUE Like
A tentativa de golpe militar ocorrida na Turquia contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, na última sexta-feira, está impedindo o empresário mogiano
O empresário mogiano Rodrigo Kuntz acompanha pela TV o noticiário sobre a tentativa de golpe / Foto: Divulgação
O empresário mogiano Rodrigo Kuntz acompanha pela TV o noticiário sobre a tentativa de golpe / Foto: Divulgação
, 39 anos, de deixar aquele País. O movimento de tropas, aviões, tanques, militares e de populares nas ruas de Ancara, a Capital do País, mantém o dono da empresa BRVant, fabricante de drones, localizada no Distrito de Braz, impossibilitado de deixar o Hotel Sheraton, onde ele se encontra junto com Michael Bannon, presidente da USA Drone, empresa americana que, recentemente, formou uma joint venture com grupo de Mogi, e com o português naturalizado americano, Paulo Ferro, consultor de negócios das duas empresas.
Por medida de segurança, Kuntz, seus amigos e demais hóspedes foram conduzidos para o subolo do hotel, onde as comunicações por internet e por telefone eram praticamente impossíveis, durante a manhã de ontem, quando O Diário tentou contato com o mogiano, pelo celular e também via WhatsApp.
Segundo informações de Luís Francisco Dias, sócio de Kuntz na BRVant, o empresário está bem, apenas assustado com o forte barulho produzido por disparos de armas terrestres e bombardeios aéreos que ocorreram no início da tentativa do golpe que envolveu 130 militares e que, ontem pela manhã, já estaria aparentemente controlado.
“Estou preso num hotel de Ancara”, foi o texto da mensagem encaminhada por Kuntz a este repórter durante a madrugada de ontem, sem maiores explicações, que foram dadas, pela manhã, por Luís Francisco, que conversou por um longo tempo com ele e chegou até receber fotos da tevê de Ancara, com imagens do conflito feitas do quarto do hojte, para onde o grupo de empresários se dirigiu, após nova rodada de negociações com integrantes do setor de Segurança do governo turco.
Luís Francisco, que se encontrava em Brasília, durante a manhã de ontem, disse que havia entrado em contato com o Consulado Brasileiro na Turquia, que se comprometeu a cuidar da retirada de Kuntz e outros brasileiros que lá se encontravam, possivelmente até a tarde do sábado. O fuso horário coloca Ancara cinco horas à frente do Brasil.
Venda de drones
O empresário mogiano Rodrigo Kuntz deixou a Cidade na última segunda-feira, com destino a Nova York, onde foi se encontrar com os sócios americanos, na sede da Drone USA, localizado na própria Big Apple.
Junto com Michael Baunnon e Pedro Ferro, o mogiano se dirigiu para Istambul, a mais populosa cidade da Turquia, para a primeira reunião com técnicos do governo turco. Em negociação, a venda de um lote de cerca de 100 drones para o governo do presidente Erdogan.
A negociação seria fechada em Ancara, a Capital turca, na sexta-feira pela manhã. Os entendimentos se estenderam durante todo o dia e quando a noite caiu, veio a tentativa de golpe dos militares para tentar derrubar o presidente. Ainda era tarde no Brasil quando o empresário fez os primeiros contatos telefônicos com familiares em Mogi e com Luís Francisco para tranquilizá-los, logo depois de tomar conhecimento do que estava ocorrendo logo ao lado pela televisão.
O tempo esquentou para valer com a contra-ofensiva do governo para dominar os golpistas. A essa altura, os empresários já se encontravam no Sheraton.
Aeroporto
Segundo Luís Francisco Dias, os contatos com a Embaixada Brasileira na Turquia, que funcionava em sistema de plantão, foram positivos. “Os diplomatas brasileiros estava programando uma saída em grupo dos que se encontravam por lá e desejavam voltar para o Brasil”, disse ele. A volta de Rodrigo Kuntz e seus companheiros, entretanto, ainda dependeria da reabertura dos aeroportos que, até a manhã de ontem, ainda não havia ocorrido. Mas como o presidente Erdogan havia deixado Ancara e rumado para Istambul, esperava-se que o aeroporto internacional da Capital fosse liberado e reaberto ainda ontem.
Quem é ele?
Um mogiano nascido há 39 anos, no Bairro do Mogilar, formado em Engenharia da Computação pela UBC, com mestrado e doutorado no ITA, com passagens pela Embraer e Avibrás,em São José dos Campos, é o fundador da BRVant, uma empresa criada para desenvolver e fabricar sistemas de veículos aéreos, terrestres e submarinos não tripulados.
Estabelecida, inicialmente, num prédio de três andares, próximo ao Viaduto Argêu Batalha, em Braz Cubas, a empresa se especializou em drones ou Vant, sigla que identifica os Veículos Aéreos Não Tripulados, pequenas aeronaves que ganharam fama em todo o mundo por apresentarem diferentes formatos e serem capazes de promover ações aparentemente inacreditáveis, como carregar centenas de quilos de bombas e mísseis e se tornarem protagonistas nos principais fronts de guerra americanos contra o terror.
Após prestar serviços à Prefeitura de Mogi e ao governo brasileiro, a BRVant despertou interesse dos americanos da Drone USA, o que acabou resultando numa joint venture entre as duas empresas, que passaram a atuar juntas no mercado dos drones, cada dia mais atraente aos olhos de todo o mundo. (Darwin Valente)
Fonte:O Diário de Mogi
