terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Alunos ocupam escola no Bairro do Botujuru

Alunos ocupam escola no Bairro do Botujuru
TER, 01 DE DEZEMBRO DE 2015 00:00
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Sessenta pessoas, entre estudante e pais, ocupam a E.E. Francisco de Souza Melo, no Botujuru, desde a manhã de ontem / Foto: Eisner Soares

Cerca de 60 pessoas, entre pais e alunos, ocupam desde a manhã de ontem (30) a Escola Estadual Francisco de Souza Melo, no Bairro do Botujuru. Eles entraram no estabelecimento, colocaram um cadeado para poder controlar a entrada e saída de pessoas e asseguraram que só vão deixar o local quando houver a garantia da manutenção dos três ciclos na unidade, e não apenas o Médio - como está previsto no projeto de reorganização de ensino do Governo do Estado. Mesmo assim, as aulas ocorreram normalmente ontem. Hoje, às 14 horas, haverá uma reunião da Diretoria Regional de Ensino para tratar do assunto 

Representantes da comunidade também ingressaram ontem com representação junto ao Ministério Público local, além de encaminhar ao órgão um documento com mais de 500 assinaturas contra a reestruturação e a transferência dos alunos do Fundamental I e II para a E.E. José Ribeiro Guimarães, no mesmo Bairro, porém mais distante.

Uma das mães, a cabeleireira Mônica Cristina Marques Paixão Silva, afirma que além da questão da distância, “a escola tem uma qualidade de ensino excelente, a direção e os professores são muito envolvidos e dão um tratamento diferenciado aos alunos”. Outra preocupação é a questão da superlotação das salas de aulas na outra escola. “Não vamos mudar de ideia. Queremos que nossos filhos tenham uma boa educação e que recebam atenção adequada”, destacou a diarista Rosana Maria dos Santos.

Professor da escola e também pai de aluno, Roberto Carlos Ferreira, ajuda no movimento. “Não podemos aceitar essa situação. A escola, que é um patrimônio para o Bairro, tem uma educação de excelência e não podemos ver todo esse trabalho se perder”, observou. Ele acredita que poderá ser demitido por ter se posicionado, mas mesmo assim, afirma que pretende levar o movimento adiante em favor dos alunos.

Hoje, às 7 horas, será realizada uma assembleia para que os alunos possam decidir se as aulas devem ou não ser mantidas. O estudante, João Victor Campos, do 2º ano do Ensino Médio, que participa da ocupação para “ajudar os colegas e as famílias que terão problemas com superlotação nas salas e a distância”, acredita que a maioria vai optar pela continuidade das atividades da escola.

A coordenadora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Vânia Pereira da Silva, informou ainda que a entidade pretende dar todo suporte estrutural e material aos alunos.  Ela critica o processo de reorganização e a postura do Governo, “que está tentando economizar e enxugar a máquina com cortes na educação”. Representantes do comércio local também apoiam a ocupação, tanto que um restaurante das proximidades enviou marmitex aos ocupantes da escola.

A Secretaria de Estado da Educação afirma que se trata de um movimento de protesto por parte dos alunos e não considera o ato como invasão, porque não houve a suspensão das aulas. “Estou sempre aberta ao diálogo, disposta a ouvir os pedidos e a negociar com pais e alunos”, destaca a dirigente de Ensino, Rosania Morales Morroni, que esteve no local ontem de manhã e espera chegar a um consenso no encontro de hoje. (Silvia Chimello)


Fonte:O Diário de Mogi