quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dom Pedro apoia luta contra lixão


Dom Pedro apoia luta contra lixão
QUA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013 00:00
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Bispo dom Pedro defende usina de incineração e ampliação da coleta seletiva na Cidade / Foto Arquivo


O bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhini declarou apoio a Mogi das Cruzes na luta contra a instalação do aterro sanitário que a construtora Queiroz Galvão pretende instalar no Distrito Industrial do Taboão. Embora tenha tomado posse há menos de quatro meses, ele demonstrou amplo conhecimento sobre o tema. O religioso questionou os “interesses” que levam a empreiteira a insistir tanto no licenciamento do projeto, contra a vontade da sociedade mogiana, defendeu a usina de incineração para a destinação final dos resíduos e fez um apelo público para que autoridades e população ampliem a coleta seletiva na Cidade. Com discrição, dom Pedro ainda colocou o dedo na ferida e mencionou as declarações do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de apoio à causa, que divergem dos rumos que o processo vem tomando dentro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Dom Pedro Luiz Stringhini falou sobre o assunto durante entrevista concedida a O Diário, no último sábado, pouco antes da celebração de lançamento do jubileu de 100 anos da Capela de Nossa Senhora dos Remédios, no Alto da Boa Vista. À reportagem, o bispo revelou que a instalação do aterro é motivo de sua preocupação e que ela já foi tema de conversa sua com o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) e o secretário municipal de Verde de Meio Ambiente, Romildo de Pinho Campelo. Ele visitou o chefe do Executivo mogiano, na própria Prefeitura, no fim da tarde da quinta-feira da última semana. “Eu já tive a oportunidade de conversar com o prefeito e o secretário de Meio Ambiente sobre o aterro sanitário. Acompanhando aquilo que pude, o meu sentimento é de ser solidário à população de Mogi, às autoridades e a todos aqueles que lutam contra o lixão. Então, vamos lutar pela não instalação do aterro”.

Durante a entrevista, o bispo da Diocese de Mogi das Cruzes levantou questionamentos sobre quais seriam os motivos que levam a empreiteira Queiroz Galvão a insistir no processo de licenciamento há tantos anos: “A pergunta que se faz é: Por que essa empresa tem tanto interesse? Ela está pensando no bem da população? Ela está pensando no bem do meio ambiente? Ou ela está pensando no lucro que ela pode ter? O que quer essa empresa que insiste há 10 anos em um projeto que o Município não quer? E não só é uma questão de querer. O prefeito fala que tem outra proposta para a Cidade, que é uma proposta mais moderna de um incinerador”.

Dom Pedro ainda demonstrou ter acompanhado as recentes reportagens publicadas por O Diário com a cobertura da recente confirmação da Cetesb sobre a continuidade do processo de licenciamento do empreendimento. O bispo mencionou inclusive a edição do dia 1 de fevereiro, que trouxe novas declarações do governador Geraldo Alckmin de apoio à luta mogiana contra o aterro e a favor da usina de tratamento de resíduos: “Eu, particularmente, fiquei contente quando soube da afirmação do próprio governador a favor da Cidade de Mogi, a favor da população, não obstante a Cetesb ser um órgão do Governo”, disse o religioso em uma singela lembrança ao fato de que o órgão licenciador pertence ao mesmo Estado que apoia a implantação da uma alternativa mais moderna para destinação do lixo em Mogi e região.

O bispo ainda confirmou que continua em seus planos a criação de uma Pastoral da Ecologia na Diocese de Mogi das Cruzes e destacou que a luta contra o aterro deverá estar entre a pauta de discussão do grupo. “A Pastoral da Ecologia ainda não foi fundada. Mas, já está existindo porque nós estamos falando e nos interessando sobre o meio ambiente, sendo que há muita gente fazendo ações nesse sentido. Então, no fundo, na prática, ela já existe. Mas assim, oficializada, um momento em que a gente reúna as forças da diocese e outras forças, isso ainda não aconteceu porque ainda não dei conta. Mas, nós estamos organizando esta e outras pastorais. A Pastoral da Ecologia está na promessa e promessa tem de ser cumprida, então será criada oficialmente. E não há dúvida que esse tema (do aterro sanitário) precisa ser debatido por ela”. (Júlia Guimarães)

Fonte:O Diário de Mogi