Tribuna LivrePtfobia
Dirceu Do Valle
Acusam os mais apaixonados pelo Partido dos Trabalhadores - sim, eles existem e estão entre nós! - que o PIG (Partido da Imprensa Golpista), mancomunado com ptfóbicos de toda ordem, procura a todo custo aniquilar a "moral petista".
Deixando de lado a contradição em termos na expressão, dia desses recebi de um amigo, petista de carteirinha, estrela e, decente, diferentemente de outros seus correligionários do alto escalão, sem dinheiro na cueca, convite para um "Ato público em defesa do PT".
O ato, verdadeiro protesto, acontecido - ou, não sei se levado adiante, marcado para acontecer - na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, tinha por pauta críticas ao pseudojulgamento político do Supremo Tribunal Federal, bem como a criminalização dos movimentos sociais (?!) e, finalmente, a judicialização da política.
Superada a estranheza do convite, justo a mim que há tempos garganteio que petistas e todo o resto da fauna política, tirante exceções cada vez mais excepcionalíssimas, são seis e meia dúzia, persistiu a estranheza quanto a iniciativa, como se o julgamento proferido pelo STF, em uma Corte composta por uma maioria de ministros indicados pelo lulopetismo, fosse se prestar a, em um gesto de má-fé ou fruto do inconsciente coletivo ou, pior, abdução por "forças ocultas", proferir veredictos que não calcados nas provas dos autos e na consciência de cada um de seus juízes.
Nessas horas, deparando-se com iniciativas como esta, é de se perguntar onde está a cabeça e os olhos das pessoas, que não veem a cada dia que passa o surgimento de um novo escândalo. Aliás, a capacidade de parte da turma da estrelinha de se envolver em falcatruas e criar agendas negativas é maior que a velocidade das rotativas dos meios de comunicação, unidos, pelo que se depreende do devaneio de alguns, apenas e tão somente para esculachar aqueles que "nunca antes na história desse país" rapinaram de forma tão ostensiva a viúva.
Ao lado do absurdo dos absurdos de ter uma quadrilha instalada na própria Presidência da República, próxima - e próxima mesmo, encostada - ao epicentro do poder e do maior expoente daqueles que agora à testa da nação, chega-se ao teratológico de dois marginais, assim apontados por sentença judicial, virem a público e constranger o governo com ameaças de que vão falar a verdade sobre os vínculos dos próceres com a marginalidade.
Justamente os líderes que nada viam, nada ouviam e, também, nada falavam, salvo mentiras.
Agora, refém do banditismo, segue um ex-presidente sem dormir com o "garganta profunda" tupiniquim.
Definitivamente, Collor, comparado ao que acontece hoje em dia, não passou de um batedor de carteiras.
Dirceu do Valle, advogado e professor de
pós-graduação da PUC/SP
Fonte:Mogi News
