sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Agressão nas escolas Professores do Estado têm medo de denunciar


Agressão nas escolas
Professores do Estado têm medo de denunciar
Na última semana, a Apeoesp de Mogi recebeu cinco denúncias de agressão a professores, mas apenas duas foram registradas na delegacia
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Vânia: às vezes, professor não encontra apoio dentro da escola, pois a violência vem de fora
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) o número de professores agredidos física e psicologicamente dentro das escolas da cidade é muito maior do que mostram os dados oficiais. Isso porque, na maioria dos casos, os educadores são ameaçados e ficam com medo de represálias. Na última semana, a unidade recebeu cinco denúncias de agressão em escolas. Em apenas dois casos, conforme mostrou o Mogi News na edição de ontem, houve registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher (DDM). Nos outros três os professores buscaram ajuda, mas desistiram de dar encaminhamento à denúncia.

Os bairros onde mais se registraram agressões de alunos contra professores são Jundiapeba, César de Souza e Jardim Universo. Neste último, uma professora foi cercada por mais de três alunos no estacionamento da escola, enquanto se preparava para ir para casa. A escola fica em uma região muito vulnerável do bairro, onde diversos alunos têm envolvimento com drogas e com criminalidade. 
"O problema é que o professor, às vezes, não encontra apoio dentro da própria escola. A violência vem de fora das unidades e em todas as reuniões que cobrimos com a diretoria de ensino, chegamos à conclusão de que é um problema de segurança pública", defendeu a coordenadora da Apeoesp em Mogi, Vânia Pereira da Silva. 
Para tentar diminuir este problema e tornar o elo entre professores e alunos mais estreito, a Apeoesp vai marcar uma audiência com a dirigente regional de ensino, Teresa Lúcia dos Anjos Brandão, para discutir ações estratégicas como campanhas de conscientização que podem ser adotadas nas regiões mais problemáticas. "Temos que fazer tudo o que é possível para mudar esta realidade. Até agora, com os professores mediadores nas escolas, não conseguimos obter o resultado esperado, porque as ações adotadas são paliativas, apenas", destacou.

Na semana passada, na escola Silvia Mafra Machado, em Jundiapeba, um aluno empurrou o professor após ser repreendido, segundo o sindicato. Um agravante são os traumas que o professor sofre, sendo obrigado a trabalhar doente, na maioria das vezes.


Pesquisa
A Apeoesp fez uma pesquisa com 936 professores de todo o Estado para avaliar a saúde e as condições de trabalho dos profissionais. Do total, 69% são mulheres e 31% são homens, ambos com idade média de 48 anos. A pesquisa revelou que 23% dos profissionais foram diagnosticados com transtorno de ansiedade ou pânico, mas a maioria, 62% deles, não faz tratamento médico. Outros 18% disseram sofrer depressão, e mais da metade deles (59%), também não tem atendimento médico profissional.

Fonte:Mogi News