quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Acidente ambiental Volta Fria ainda oferece riscos para moradores


Acidente ambiental
Volta Fria ainda oferece riscos para moradores
Depois de quase dois anos do vazamento do duto da Transpetro, moradores ainda convivem com o mau cheiro e o solo contaminado
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes
Famílias estão impedidas de usar a água dos poços, mas convivem com o forte odor de gasolina
Quase dois anos depois do maior acidente ambiental registrado nos últimos 30 anos em Mogi das Cruzes, 31 pessoas ainda vivem na área de risco no bairro da Volta Fria, onde o rompimento de um duto da Transpetro causou o vazamento de 180 mil litros de gasolina e nafta, contaminando até quatro hectares da área de várzea do Rio Tietê. A Defensoria Social enviou ontem ao local representantes para coletar amostras da água, da vegetação e solo que serão enviadas a um laboratório para análises químicas para determinar o grau de risco tóxico da área. A entidade também pretende entrar com uma ação civil pública contra a Petrobrás e a Transpetro, responsáveis pelo duto.

A reportagem do Mogi News esteve ontem no local para avaliar as condições do terreno. O cheiro de gasolina ainda é muito forte, o que é considerado incomum pelos técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), visto que o local já passou por uma "limpeza de emergência" dias após o acidente (que aconteceu no dia 22 de setembro de 2010). Na época, um trator da Prefeitura de Mogi trabalhava na estrada e rompeu o duto, que vazou durante seis horas. 
Uma das residências afetadas pelo vazamento foi esvaziada, mas o solo ainda é encharcado de um líquido oleoso. A empresa Essencis Soluções Ambientais isolou toda a região e não permite a entrada de pessoas não autorizadas sem os equipamentos de segurança, por causa do alto risco de contaminação. Topógrafos fazem o estudo da área. Apesar da gravidade do acidente, que aconteceu a apenas 580 metros da margem do Rio Tietê, muitas famílias ainda moram no local. Elas estão impedidas de utilizar a água dos poços, mas convivem com o odor. Segundo especialistas químicos ouvidos pelo Mogi News, a nafta é um produto altamente tóxico e causa irritação na pele, nos olhos e vias respiratórias. Além disso, pode degradar a qualidade da água do lençol freático.

"Só há seis meses é que a Petrobrás voltou a trabalhar nessa região, depois de muitas reclamações. Além disso, ninguém confirma se a água do poço está ou não contaminada, então de vez em quando ainda usamos", disse o morador José Pedro Machado. 

Fonte:Mogi News