quarta-feira, 13 de julho de 2011

Novo ministro promete ajustes


META Passos promete diminuir bastante ou até mesmo acabar com as licitações de projetos básicos


BRASÍLIA


O novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, prometeu diminuir bastante ou até mesmo acabar com as licitações de projetos básicos, evitando assim a necessidade dos chamados termos aditivos, cujas irregularidades culminaram com a saída do ministro anterior, Alfredo Nascimento.


"Devemos caminhar na direção de licitar mais obras a partir de projetos executivos e não de básicos", afirmou Passos. "O projeto executivo tem nível de detalhamento grande e tem margem menor de alteração, enquanto um projeto básico gera a necessidade de aditivos. A intenção é diminuir os aditivos para evitarmos surpresas ao longo do caminho".


Segundo o novo ministro, essa proposta será apresentada à presidente Dilma Rousseff e poderá ser uma norma interna na pasta a partir de agora. "Além disso, poderemos trabalhar com contratações em regime de preço global". A medida, ressaltou, não entraria em contradição com o recém-aprovado Regime Diferenciado de Contratação (RDC) que tem o objetivo de dar celeridade às obras para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos.


Passos disse que o momento não é o melhor para assumir o comando do ministério devido às denúncias que envolvem as licitações da pasta. Mesmo assim, ele fará diversos ajustes de pessoal e de procedimentos para tornar esses processos mais seguros e confiáveis.


Passos afirmou que não vai misturar assuntos políticos com a administração da área, apesar de ressalvar que continuará a ter uma boa relação com parlamentares. "É preciso não confundir a administração com aspecto político, mas os parlamentares, sejam eles de que partido sejam, terão tratamento normal da parte do ministério", afirmou.


Filiado ao Partido da República (PR) desde 2006, Passos disse não se sentir desprestigiado pelos colegas de legenda, ainda que a preferência do partido não fosse a sua escolha pela presidente Dilma Rousseff.


Segundo ele, Dilma ordenou que o ministério trabalhe e atue de forma eficiente, mas que sejam realizados ajustes para que não pairem dúvidas quanto a "retidão" dos projetos tocados pela pasta.


Para Passos, é natural que um ministério com tantos projetos em andamento tenha irregularidades identificadas pelos órgãos de controle. "O que é importante é que se atue de modo a corrigir não só pontualmente, mas estruturalmente aquelas condições e causas que provocam falhas nos projetos".




Racha


A insatisfação dos deputados do PR com a efetivação de Passos no Ministério dos Transportes não é compartilhada pelos senadores da legenda. Enquanto a bancada da Câmara não esconde o descontentamento com a condução do escândalo pelo Planalto, os senadores avaliam que o saldo final do episódio será positivo para o partido. "Recebemos um tratamento diferenciado", desabafou o vice-líder do governo, deputado Luciano Castro (PR-RR), à Agência Estado.


Castro - que não compareceu ao almoço dos líderes da base aliada na casa do líder do PT, Paulo Teixeira (SP) - comparou a rápida demissão do ministro Alfredo Nascimento da pasta dos Transportes às intensas articulações conduzidas pelo PT e pelo próprio Planalto para tentar preservar o ex-ministro Antonio Palocci (PT) na chefia da Casa Civil. Para Castro, o governo poderia ter dado mais oportunidades para Nascimento se explicar.


Além disso, Castro lembrou que o Planalto ouviu o PT, e até o PMDB, antes de escolher o sucessor de Palocci. No caso dos Transportes, o governo anunciou que se reuniria com lideranças do PR nesta semana para avaliar em conjunto um substituto para Nascimento. No entanto, a presidente Dilma se antecipou e anunciou a efetivação de Pedro Passos no cargo.


Fonte:O Diário de Mogi