sábado, 19 de março de 2011

Japão eleva gravidade de acidente

Japão eleva gravidade de acidente


O acidente nuclear na usina Daiichi Fukushima está agora no mesmo nível de seriedade do acidente de 1979 em Three Mile Island, Estados Unidos, na escala internacional de acidentes nucleares, disse a agência de segurança nuclear do Japão ontem. A agência elevou o grau do acidente de 4 para 5, na escala internacional, após avaliação da extensão dos danos nos combustíveis dos reatores da usina.
O Japão elevou a escala no momento em que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), das Nações Unidas, descreveu a situação na usina nuclear, pelo segundo dia, como "preocupante, mas estável".
Equipes continuavam na usina na noite de ontem (pelo horário local) bombeando água do mar nos reatores 1 a 4 da planta nuclear, informou a agência de notícias Kyodo. A eletricidade poderá ser religada no sábado, o que facilitará o resfriamento dos reatores se o sistema funcionar. O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, prometeu revelar para a comunidade internacional toda a informação possível sobre a crise nuclear após reunir-se com o chefe da AIEA, Yukiya Amano.
Amano disse que a batalha do Japão para estabilizar a situação na usina nuclear Daiichi Fukushima é "uma corrida contra o tempo" e que é importante o envolvimento da comunidade internacional nos esforços para conter um acidente nuclear. Amano afirmou que as medidas adotadas pelo Japão para retirar pessoas da área próxima à usina estão dentro dos critérios da AIEA.
Amano disse ainda que uma equipe da AIEA será despachada para próximo da usina "nos próximos dias" para monitorar os níveis de radiação. Amano afirmou que uma equipe de quatro peritos examinou os níveis de radiação em Tóquio na manhã de ontem.
Em Viena, especialistas em energia nuclear e diplomatas disseram que existe pouco a temer fora do perímetro de 20 quilômetros ao redor da usina. Todas as pessoas, exceto os trabalhadores que lutam contra o vazamento nuclear, foram retiradas da área.
Um diplomata com acesso à medição de radiação, em Viana, citou leituras de uma estação na Califórnia (EUA), a qual verificou que a radiação que chegou do Japão, após atravessar o Pacífico, é "um bilhão de vezes menor a um nível que seria considerado uma ameaça à saúde" das pessoas.
Andrew Graham, um alto funcionário da AIEA, disse que os comentários são refletidos por seu ponto de vista. "Nós precisamos estudar os dados do desastre com cuidado, mas um bilionésimo mostra apenas o quanto está longe de representar algum perigo para os seres humanos". Graham acredita que a situação em Daiichi Fukushima está evoluindo para um cenário "estável, com poucas mudanças, o que é positivo".
A agência Kyodo informou, na noite de ontem, que o número de mortos pelo terremoto e pelo tsunami que devastaram a costa nordeste do país, em 11 de março, subiu para 6.911, superando o número de mortos no terremoto de 17 de janeiro de 1995 em Kobe, que ficou em 6.434. A agência usou números da polícia japonesa. Pelo menos 10 mil pessoas continuam desaparecidas.

Fonte: O Diário de Mogi