quarta-feira, 23 de março de 2011

Gondim quer proibir instalação de usinas nucleares no Estado de SP

Gondim quer proibir instalação de usinas nucleares no Estado de SP
Projeto de lei apresentado pelo deputado na Assembleia Legislativa foi encaminhado às comissões permanentes
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Deputado Gondim alega que o Estado de SP não pode correr os riscos de uma radiação nuclear
O deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS) apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa que proíbe a instalação e operação de usinas nucleares no Estado. A iniciativa foi enviada às comissões permanentes responsáveis por analisar o texto do documento na sessão de segunda-feira passada.
Segundo o parlamentar, a presidente Dilma Rousseff(PT) pretende construir mais quatro usinas no País até o fim do mandato e com a proposta ele deseja afastá-las de São Paulo. A usina Angra 3, no Rio de Janeiro, deverá entrar em operação em 2015. "Um Estado com 46 milhões de pessoas não pode correr esse risco", disse Gondim, se referindo a casos como a usina de Fukushima, no Japão, que devido a um terremoto seguido de tsunami teve o sistema de resfriamento prejudicado e a radiação já atingiu a água e as cidades vizinhas, até mesmo Tókio.
"Somos grandes produtores de graus, verduras e frutas, o Estado mais populoso da América do Sul e, por esses motivos, não podemos correr o perigo de uma crise nuclear, além disso, temos condições de operar usinas hidrelétricas e eólicas. Há alternativas que geram menos risco", pontuou Gondim.
O deputado apresentou o projeto com base em uma "brecha na Constituição do Estado". "O texto não cita em nenhum momento a possibilidade de construção de usinas nucleares no território paulista", disse.
O representante mogiano na Assembleia acredita que a iniciativa encontrará vários obstáculos até ser aprovada. "As comissões analisarão o documento, mas é grande a possibilidade delas apontarem que este é um assunto de cunho federal, porém, alguém tinha de iniciar a discussão", salientou o parlamentar, que lembrou a época quando pertencia aos quadros do Partido Verde (PV). "Éramos contrários a esse tipo de política nuclear e eu acabei trazendo isso para minha vida pública", frisou.






Apagão
Na justificativa do projeto, o deputado afirma "que não é possível ignorar, no caso do Brasil, que as usinas poderiam ser afetadas não por um terremoto, mas, por exemplo, a um apagão, a queima de um motor, a falha no sistema de emergência, bem como por um desastre natural (desabamentos e chuvas torrenciais).
Ainda de acordo com a proposta, "acidentes nucleares vão continuar acontecendo, é inevitável, sejam por falha humana ou mesmo desgastes de equipamentos. O Brasil tem vocação natural para produzir energias limpas e mostrou a forte relação da energia nuclear com os diversos problemas ambientais".

Fonte:Mogi News